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Sem astros e público, evento-teste de golfe estreia campo da Rio-2016

Sem as estrelas do golfe mundial e torcedores, o evento-teste da modalidade para os Jogos Olímpicos do Rio é disputado nesta terça (8).

Apenas nove atletas brasileiros (cinco homens e quatro mulheres) participam do torneio no primeiro campo público de golfe do país.

A PGA (Associação dos Golfistas Profissionais, na sigla em inglês) chegou a fretar um avião que sairia de Miami na noite de domingo, após a rodada final do WGC-Cadillac Championship, mas nenhum atleta quis se deslocar até o Brasil para disputar o evento.

"Eles não vieram agora porque estão no meio da temporada. O torneio da semana passada pagou US$ 5 milhões [R$ 18,9 mi] de premiação. O próximo vai pagar mais de US$ 6 milhões. Os atletas acreditam que a viagem seria desgastante. Mas, nos Jogos do Rio, todos estarão aqui competindo de graça", afirmou Paulo Cezar Pacheco, presidente da Confederação Brasileira de Golfe.

O esporte voltará a fazer parte do programa olímpico depois de 112 anos. A última disputa de golfe numa edição dos Jogos foi em 1904, em Saint Louis, nos EUA. Hoje um dos circuitos esportivos mais atrativos financeiramente, o esporte era amador na época.

Assim como os principais jogadores, os torcedores também ficaram de fora do evento-teste. Nos Jogos Olímpicos, o local vai abrigar cerca de 15 mil fãs por dia.

O torneio é disputado no formato "stroke play" —vence o jogador que completar o circuito com o menor número de tacadas.

O presidente da confederação informou que o evento testará as medições eletrônicas e a mobilidade dos atletas na nova instalação. Uma delegação da Federação Internacional de Golfe (IGF) participa dos testes.

Depois dos Jogos do Rio, a confederação vai administrar o espaço, que terá um custo de manutenção de cerca de R$ 300 mil. A entidade tenta viabilizar patrocinadores para o local.

Renato Sette Câmara/Prefeitura do Rio
Campo de golfe que será utilizado nos Jogos Olímpicos do RioRenato Sette Câmara/Prefeitura do Rio
Campo de golfe que será utilizado nos Jogos Olímpicos do Rio

POLÊMICAS

O campo de golfe foi inaugurado em novembro, mas só foi aberto para uma competição nesta terça.

A construção do campo de 970 mil m² foi uma das obras mais polêmicas da Rio-2016. Construído em área de reserva ambiental, ele é alvo de contestação desde a escolha do terreno. Para viabilizar a operação, a prefeitura carioca teve de retirar 58,5 mil m² de um parque natural da região.

Integrantes dos movimentos "Golfe para quem?" e "Ocupa golfe" acamparam por mais de três meses em frente ao empreendimento.

No ano passado, o prefeito Eduardo Paes apresentou um dossiê em defesa do campo olímpico de golfe e chamou de "baboseira" a posição de ativistas, que o acusam de ter cometido crime ambiental na região.

"Temos relatórios que mostram o benefício para a região. Temos todo cuidado com flora e fauna. Mais do que isso, as obras revitalizaram a região e são importantes para o turismo de negócios. Esse esporte atrai muitos negócios, vai ser importante para o Rio", disse o ministro do Esporte, George Hilton.

Outra polêmica ligada ao campo é uma investigação do Ministério Público do Rio por suposta improbidade administrativa do prefeito. O inquérito avalia se o benefício urbanístico concedido à construtora Fiori Empreendimentos foi excessivo se comparado ao custo da obra (R$60 milhões).

O campo de golfe foi construído com recursos privados da Fiori. Em contrapartida, a empresa recebeu benefícios urbanísticos para os prédios vizinhos ao local de competição, onde foram autorizados edifícios mais altos do que o permitido por lei.

De acordo com o movimento "Golfe para quem?", o prefeito gerou uma receita de mais de R$ 1 bilhão para a incorporadora, com o aumento do gabarito do terreno, de seis para 22 andares.

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