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Israelenses mortos na Olimpíada de Munique serão homenageados no Rio

Daniela Kresch/Folhapress
Ilana Romano, 69, viuva do levantador de pesos Yoseph Romano, uma das vitimas do atentado terrorista na Olimpíada de Munique-1972. Foto: Daniela Kresch/Folhapress
Ilana Romano, 69, viúva do levantador de pesos Yoseph Romano

Quase 44 anos anos depois do ataque à Vila Olímpica dos Jogos de Munique-1972, os 11 membros da equipe israelense mortos por terroristas palestinos naquela ocasião receberão uma homenagem durante a Olimpíada do Rio.

A cerimônia será realizada em 14 de agosto, na Prefeitura do Rio, que organizará o tributo junto ao Comitê Olímpico de Israel e o consulado geral do país no Brasil. Os Jogos acontecem de 5 a 21 de agosto, e a solenidade ocorrerá durante o segundo domingo de competições.

Ilana Romano, viúva do levantador de peso Yoseph Romano –sequestrado, castrado e assassinado pelos terroristas na madrugada de 5 de setembro de 1972–, vai participar da cerimônia no Rio, ao lado de Ankie Spitzer (viúva de Andre Spitzer, treinador de esgrima morto no ataque).

Elas acenderão 11 velas em homenagem aos mortos.

As vítimas do massacre foram seis treinadores e cinco atletas de Israel. Um policial alemão e cinco membros do grupo Setembro Negro também morreram.

À Folha, Ilana disse que também estará no dia 4 ou 5 de agosto no memorial a ser criado dentro da Vila Olímpica carioca, na Barra.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou à reportagem que "não haverá um minuto de silêncio na cerimônia de abertura". Esse é um pedido antigo das famílias das vítimas de Munique-72.

"Vamos dedicar um momento durante a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos para permitir que todos no estádio, bem como aqueles que estão assistindo em casa, lembrem dos entes queridos que já faleceram", afirma o COI, em nota.

A entidade diz que o Comitê Executivo concordou em criar o memorial dentro da Vila Olímpica do Rio "para lembrar, em particular, aquelas pessoas que morreram durante os Jogos Olímpicos".

Em entrevista à Folha, em dezembro do ano passado, Ilana elogiou a postura do presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o alemão Thomas Bach, mas também fez cobranças.

"[Bach] Deu um passo enorme e elogiável. Ele levará para o Rio de Janeiro uma pedra da Grécia antiga na qual serão gravados os nomes dos mortos. É uma vitória com a qual nem tínhamos sonhado. Mas realizar um minuto de silêncio na abertura da Olimpíada ainda é importante. Esperamos que algo diferente aconteça no Rio. Até agora tudo o que ouvimos foi: 'não, não, não, não, não'", disse a viúva.

Até hoje, o COI não realizou uma cerimônia oficial, durante uma edição dos Jogos, em memória das vítimas. Por isso a mudança para o Rio é celebrada por Ilana.

Israel tem cerca de 20 atletas já classificados para os Jogos do Rio. Esta será a 16ª participação de uma equipe nacional do país desde sua fundação, em 1948. Até o momento os israelenses conquistaram sete medalhas olímpicas (uma de ouro, uma de prata e cinco de bronze).

O jornalista MARCEL MERGUIZO viaja a convite do Ministério de Turismo de Israel

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