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Rio-2016 cancela evento-teste de ciclismo de pista devido a atraso

Rio2016
Montagem da pista de ciclismo no velódromo dentro do Parque Olímpico do Rio-2016
Montagem da pista de ciclismo no velódromo dentro do Parque Olímpico do Rio-2016

O comitê organizador dos Jogos do Rio cancelou o evento-teste de ciclismo de pista da Olimpíada, que aconteceria de 30 de abril a 1º de maio, no velódromo dentro Parque Olímpico da Barra da Tijuca.

É o primeiro dos 45 eventos agendados para testar instalações olímpicas que é cancelado. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira (24).

Segundo o comitê, a decisão foi tomada no fim de semana, em conjunto com o COI (Comitê Olímpico Internacional). A UCI (União Ciclística Internacional) já foi avisada.

O problema que causou o cancelamento foi o atraso de 12 dias para o início da montagem da pista, que é de responsabilidade do comitê organizador dos Jogos.

As lâminas de madeira (pinho) que vieram da Sibéria, na Rússia, demoraram a ficar disponíveis para a montagem devido à questão logística, segundo a Rio-2016. Assim, a montagem que deveria ter começado em 10 de março só teve início nesta terça (22).

Quem comanda a montagem da pista é o alemão Ralph Schürmann.

O evento-teste de ciclismo de pista previa receber cerca de 200 atletas de 40 países no velódromo. Com o atraso, a pista deve ser entregue em 31 de maio. Entre 25 e 27 de junho, atletas nacionais serão convidados a testar a pista e o sistema de cronometragem (os pontos principais que seriam avaliados no evento).

As obras do velódromo são de responsabilidade da Prefeitura, que já as entregou para o comitê organizador em 29 de fevereiro. À Rio-2016, então, ficou a função de entregar os refeitórios, escritórios e a questão logística da entrega da madeira -o que atrasou. Assim, a empresa alemã de montagem não teria tempo suficiente para concluir a pista com segurança.

De acordo com a Rio-2016, era "muito arriscado" fazer um evento-teste sem a pista estar "mais emborrachada", o que necessita de tempo. Assim, para "preservar os atletas" o evento foi cancelado.

"A percepção dos atletas de receber uma pista mal feita ou com algum problema deixaria a gente em uma posição delicada. Achamos que o COI ficaria tenso com isso. O COI concordou e achou que era a decisão correta", disse o diretor de comunicação da Rio-2016, Mario Andrada.

Esse tipo de pinho da Sibéria, na Rússia, precisa ser encaixado em lâminas com curvatura, que não soltam farpas nem quebram.

HISTÓRICO

O evento-teste de ciclismo de pista já havia sido adiado devido a atrasos no velódromo. A competição internacional estava marcada para março e foi adiada para o fim de abril. Agora não acontecerá mais.

A obra do velódromo começou em fevereiro de 2014, mais tarde do que o esperado, e nunca avançou no ritmo esperado. No início de janeiro de 2016, a construção recebeu um aditivo de R$ 24,8 milhões e atingiu um custo final de pelo menos R$ 138 milhões.

Segundo a prefeitura, o incremento no preço do velódromo deve-se a uma mudança no método construtivo. Peças que seriam moldadas in loco foram substituídas por itens adquiridos prontos, e essa nova diretriz foi tomada para acelerar o ritmo da obra.

PROBLEMAS

Desde julho do ano passado, o Rio vem recebendo diversos eventos para testar as instalações e a logística olímpica. Alguns com problemas.

Velejadores passaram mal -e culparam a baía de Guanabara-, ciclistas se recusaram a competir alegando falta de segurança na pista de BMX e o torneio de tênis foi disputado em arena inacabada.

O evento de ciclismo BMX foi o mais decepcionante. Os atletas se recusaram a competir dizendo que as rampas eram íngremes e inadequadas para aterrissagens. O circuito teve que ser praticamente refeito em um dia. O torneio ainda foi prejudicado pela chuva, que obrigou os organizadores a encerrar o evento antes do final.

A poluição da baía de Guanabara foi outro ponto crítico. Foram 43 casos de mal-estar em atletas, treinadores e juízes.

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