Apesar de as atenções se voltarem para Cesar Cielo e outros medalhões da seleção brasileira, uma nova geração pode usar o Troféu Maria Lenk para fincar bandeira.
Expoentes dessa nova safra, Brandonn Almeida, Luiz Altamir e Matheus Santana já nadaram abaixo do índice estabelecido para as suas respectivas provas na primeira seletiva nacional, em dezembro, e agora procuram ratificar estas marcas no Rio.
Brandonn, 19, tem seu lugar na vila olímpica praticamente certo. Ouro no Pan de Toronto nos 400 m medley, ele é o atual recordista mundial júnior da distância.
O primado de 4min14s07 foi obtido justamente na primeira triagem nacional, em Palhoça. Ele planeja subtrair alguns segundos no registro no Rio, mas sem pressão.
| Satiro Sodré/ SSPress | ||
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| Brandonn Almeida durante treino no Centro Aquático Olímpico |
Sua prova abre a programação do Maria Lenk, que se estende até quarta-feira (20) e será usado como evento-teste da Olimpíada carioca.
"Eu não gosto de ficar bitolado em tempo, então quero fazer a minha melhor prova. Se eu encaixar tudo como quero, sairá um tempo bom", disse ele, cujo nome é homenagem a Brandon Lee, ator já morto e filho do ídolo das artes marciais Bruce Lee.
"Eu gosto muito do meu nome, me sinto único [risos]. Mas sempre perguntam e isso se torna até um pouco cansativo. Comecei a pesquisar mais sobre a origem", contou.
A vida de Brandonn, que é nadador do Corinthians, foi facilitada após Thiago Pereira, vice-campeão olímpico da prova nos Jogos de Londres, anunciar que não vai tentar a classificação para o Rio.
Ele quer justamente manter o legado do compatriota. Já tem até uma ideia do tempo necessário para conquistar uma medalha –"por volta de 4min08s"–, porém não quer queimar na largada.
"Eu acredito que posso pegar uma final olímpica. Mas gosto de pensar passo por passo. Primeiro, quero estar 100% garantido no Rio."
Ele tentará índice para os 1.500 m livre, prova na qual é campeão mundial júnior.
As situações de Matheus Santana, 20, e Luiz Altamir, 19, são menos confortáveis.
Matheus obteve o segundo melhor tempo nos 100 m livre na primeira seletiva, atrás de Nicolas Oliveira, mas terá uma concorrência acirrada.
Nadadores como Cesar Cielo, Marcelo Chierighini (quinto no Mundial de Kazan) e Bruno Fratus miram o posto.
| Satiro Sodré/ SSPress | ||
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| Matheus Santana treina para o Troféu Maria Lenk |
Ouro na distância nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2014, ele deseja ratificar a vaga individual. Ainda que não consiga, terá chance de integrar o revezamento 4 x 100 m livre –a confederação brasileira pode chamar até seis atletas para o evento.
Luiz Altamir já conquistou o índice para os 400 m livre, mas tentará o dos 200 m e vaga no revezamento 4 x 200 m.
"Eu me considero muito melhor do que eu estava na primeira seletiva", disse. "A classificação olímpica representa muito. Foi muito tempo treinando para isso."
Outro bom nome da geração, o peitista Pedro Cardona, 20, nadou abaixo do índice nos 100 m peito, mas viu três adversários ficarem à sua frente.
Para o técnico-chefe da seleção masculina, Alberto Pinto da Silva, independentemente do resultado, eles são considerados parte integral da equipe adulta. "Eles já viraram realidade."