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Dilma prevê 'mais bem-sucedida edição dos Jogos Olímpicos'

A bicampeã olímpica de vôlei Fabiana Claudino corre com a tocha empunhada e, ao seu redor, na paisagem emoldurada pelo Palácio do Planalto à esquerda e o Congresso Nacional à direita, manifestantes acompanham a atleta aos gritos. Exibem faixas a favor da presidente Dilma Rousseff e contra ela.

Assim o início do revezamento da chama olímpica, nesta terça (3), em Brasília, colocou lado a lado a crise política e a Olimpíada, universos que os dirigentes olímpicos buscam separar.

Antes de passar o fogo para Fabiana, a primeira condutora em solo nacional, a presidente Dilma disse, em discurso, que o país conseguirá promover com êxito os Jogos do Rio, apesar da crise.

"Tenho certeza de que no país, cujo povo sabe lutar pelos seus direitos e sabe proteger sua democracia, os Jogos Olímpicos terão o maior sucesso", afirmou ela. "O Brasil está pronto para realizar a mais bem-sucedida edição dos Jogos", afirmou.

Às vésperas da votação do impeachment no Senado, a presidente terminou o seu discurso passando um recado político: "O que vale é a luta e nós sabemos lutar".

Depois da presidente, foi parte do público que, ao longo do percurso da tocha, lançou mão dos Jogos para manifestações políticas.

O que se seguiu foi a passagem do simbólico fogo olímpico de uma tocha a outra no trajeto de cerca de uma hora por toda Esplanada dos Ministérios, sempre com grupos duelando pelo espaço de seus cartazes à frente das câmeras e com agressões verbais, ora acusando um de "golpista" ora se referindo ao outro como "vagabundo".

Entre uma faixa em inglês dizendo "Olympeachment is here" e outra pedindo a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), havia quem apenas assistia à festa e criticava os dois lados.

Entre os manifestantes favoráveis à permanência de Dilma, também havia faixas contra a TV Globo.

Em um momento do revezamento, em frente ao Ministério do Desenvolvimento Social, aconteceu um desentendimento entre manifestantes que precisou de intervenção da Polícia Militar.

Um deles tentou impedir que um Pixuleko, que havia percorrido quase todo o trajeto do Eixo Monumental com uma "tocha" de papelão, continuasse acompanhando o comboio.

O tumulto só acabou com a intervenção de policiais, que dispararam gás de pimenta, atingindo manifestantes e pessoas que acompanhavam na calçada.

Segundo a Secretaria de Segurança do Distrito Federal, ainda na Esplanada houve uma pessoa que tentou apagar a tocha, mas não chegou perto de fazê-lo.

De acordo com Mario Andrada, diretor de comunicação do comitê organizador da Rio-2016, os protestos não resultaram em grandes problemas. Ele reconheceu, contudo, que houve certa desorganização no início do revezamento, o que foi posteriormente resolvido.

Até a conclusão desta edição, não havia uma estimativa de público do evento.

Rahel Patrasso/Xinhua
Presidente Dilma Rousseff acende tocha olímpica no Palácio do Planalto, em Brasília
Presidente Dilma Rousseff acende tocha olímpica no Palácio do Planalto, em Brasília

CONFIANÇA

Antes do início do revezamento, ainda no desembarque da chama no aeroporto de Brasília, o ministro do Esporte, Ricardo Leyser, disse acreditar que a população saberia separar os eventos olímpicos da crise política.

"A confiança que o COI [Comitê Olímpico Internacional] nos transmitiu ajuda demais. Não há dúvida na comunidade internacional sobre a entrega [dos Jogos]. Há segurança muito grande que os Jogos vão acontecer muito bem", disse à Folha.

Após a saída do Eixo Monumental, o revezamento seguiu pelo Distrito Federal e suas cidades-satélites, já sem manifestações políticas de um lado ou outro registradas.

A chama segue por mais 326 cidades até chegar ao Rio em 4 de agosto, um dia antes da abertura.

O repórter MARCEL MERGUIZO viaja a convite da Nissan

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