A limpeza da Baía de Guanabara era um legado que a Olimpíada do Rio poderia deixar, mas foi uma das grandes chances desperdiçadas. Pelo menos é assim que avalia o velejador brasileiro Torben Grael.

"Nós sempre esperamos por um grande evento como os Jogos para trazer melhorias", disse Grael à TV CBC do Canadá. "Nós mesmos colocamos pressão para que isso [limpeza da Baía] acontecesse, mas infelizmente não aconteceu quando eles tinham dinheiro. E agora eles não têm dinheiro, e por isso é ainda pior."

"Eu não acho que nós vamos ver a mudança agora", afirmou o brasileiro, de acordo com a entrevista concedida à Associated Press nesta semana. "É parte da administração a forma como a política vai aqui. Tudo cresce muito rápido e muito desorganizado ".

	Flávio Florido/Folhapress
	Torben Grael durante a disputa dos Jogos Olímpicos de Atenas

Segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes, os atletas vão competir em raias que estão dentro dos padrões exigidos pelos organizadores do evento. Para ele, a baía de Guanabara é um problema das cidades da região metropolitana do Rio, que lançam diariamente esgoto no local.

"Você sabe que o lixo pode retardar seu barco, e isso não é bom. Eu acho que eles estão tendo cuidado de recolher o lixo nas áreas de corrida, mas isso vai ser apenas para os Jogos, e depois dos Jogos vai ser o que nós sabemos".

No começo do ano o ex-CEO da World Sailing (entidade que comanda a vela no mundo) Peter Sowrey disse que foi demitido da entidade por tentar mudar os locais das provas da modalidade nos Jogos Olímpicos. Sowrey queria tirar as provas da baía de Guanabara, ou pelo menos ter um plano B para a disputa

"Nós pensamos que poderíamos ter alguma mudança, algum legado lá. Mas isso não vai acontecer, infelizmente. "