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Melhor do atletismo do Brasil, Erica Sena marcha em busca do pódio no Rio

A mais nova esperança de medalha do Brasil nos Jogos do Rio está sendo forjada no Equador, a 2.500 metros acima do mar. De Cuenca, onde mora, ao Pontal, onde buscará o pódio, não há nada igual no atletismo brasileiro.

Erica Sena, 31, é hoje a mais bem classificada atleta do país no ranking mundial entre todas as modalidades. Tem a quarta melhor marca do ano na marcha atlética. Fabiana Murer, vice mundial do salto com vara, ostenta a oitava colocação em sua prova.

O que mudou o patamar de Erica rumo ao Rio foi a quarta posição no Mundial de Roma, na Itália, há uma semana.

Geoff Burke/Today Sports
Jul 19, 2015; Toronto, Ontario, CAN; Erica De Sena of Brazil in the women's 20km race walk during the 2015 Pan Am Games at Ontario Place West Channel. Mandatory Credit: Geoff Burke-USA TODAY Sports ORG XMIT: USATSI-230578
A marchadora Erica Sena, durante o Pan-2015

No calcanhar do pódio e com o novo recorde sul-americano dos 20 km (1h27min18), ela confirmou o status de potencial medalhista. "Nos Jogos do Rio, quero ficar mais um vez entre as melhores do mundo e poder brigar por uma medalha", afirma Erica.

Além do destaque em uma modalidade pouco difundida no país, o que torna a história desta pernambucana mais peculiar é o que a motivou a se mudar para Cuenca, em 2011: o namoro com o marchador equatoriano André Chocho.

Eles se conheceram um ano antes, em uma competição na Bolívia. Hoje, aos 32 anos, Chocho é um dos principais atletas do mundo, campeão no Pan-2015 na prova dos 50 km e sexto no Mundial de Roma-2016 (20 km).

"É um pouco complicado fazer os dois papéis, mas no final das contas ele [Chocho] sempre dá conta muito bem. Tanto como treinador como atleta", afirma Erica.

A desvantagem de ter o noivo ao lado o tempo todo, diz ela, "é que você não pode fazer corpo mole quando está naqueles dias de preguiça".

EVOLUÇÃO

A pernambucana compete neste domingo no Campeonato Ibero-Americano, que vale como evento-teste da Rio-2016, no Engenhão. O local não será o mesmo da disputa olímpica, que terá largada e chegada no Pontal.

Até lá, Erica só pensa em "melhorar a cada treino, evoluir aos poucos". E evolução ela mostrou nos últimos anos.

Desde 2011, ela baixou em quase dez segundos seu melhor tempo nos 20 km (prova olímpica). E 2015 foi o ano da afirmação, com a medalha de prata no Pan de Toronto-2015 e a sexta colocação no Mundial de atletismo, em Pequim.

O brasiliense Caio Bonfim, 25, oitavo colocado no Mundial de marcha na semana passada (outro ótimo resultado) também aposta em pódio para Erica na Olimpíada.

"Ela não foi para Londres-2012, uma injustiça, pois já era muito boa. No Rio, quero que ela arrebente e que eu possa estar no mesmo nível."

Apesar do destaque, até há pouco Erica e Caio não recebiam a Bolsa Pódio, destinada à elite nacional, com teto de R$ 15 mil. Só na última terça (10) é que o governo aprovou a indicação dos dois marchadores.

Mais um reconhecimento para quem está marchando, sem perder o rebolado, rumo à consagração no Rio. E se alcançarem a medalha no Pontal, não haverá nada igual.

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