Vem da natação a segunda maior quantidade de ouros do Brasil em Paraolimpíadas, 28, perdendo para o atletismo, com 32. Nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em 2015 porém, saiu das piscinas o maior número de primeiros lugares: 38 dos 109, o que indica a potência brasileira na modalidade.
Parte importante do resultado está ligada ao desempenho de multimedalhistas como Daniel Dias, 28, André Brasil, 32, e Clodoaldo Silva, 37, que, juntos, são responsáveis por 23 ouros nos três últimos Jogos: Londres-2012, Pequim-2008, e Atenas-2004.
Nos Jogos do Rio eles continuam sendo apostas de grandes resultados. Mas novos talentos têm surgido e há chance de ampliar a presença da modalidade nos espaços mais altos do pódio.
Os coordenadores da natação avaliam que são trunfos nomes como Talisson Henrique Glock, 21, tido como o "galã" da delegação e dono de dois ouros no Parapan de Toronto e duas pratas no Mundial da Escócia, em 2015.
Ao lado do catarinense Glock estão o seu conterrâneo Matheus Rheine, 23, que é cego e tem o segundo melhor tempo do mundo em sua categoria, o pernambucano Phelipe Andrews, 25, também um destaque no Mundial de 2015, e a própria Joana Silva.
"Eles ganharão medalha, com certeza, se nadarem o que nadam atualmente. É fantástico termos multimedalhistas, mas é muito bom termos ampliado o leque de possibilidades de pódio. É uma evolução importante", diz Rui Menslin, coordenador da natação paraolímpica.
(Foto: Julio Cesar Guimarães/UOL/Folhapress | ||
O nadador Clodoaldo Silva durante apresentação da tocha Paraolímpica |
MARATONA DE DISPUTAS E TREINOS
Na reta final para os Jogos Paraolímpicos do Rio, os 32 atletas —19 homens e 13 mulheres— escalados para representar o Brasil na natação estão ainda em ritmo acelerado de preparação, com participação em disputas internacionais e com avaliações semanais de desempenho.
Do Parapan de Toronto, em 2015, até hoje, não houve descanso para os competidores, que participaram de eventos na Alemanha e em Portugal, testaram o complexo aquático do Rio e ainda vão disputar dois torneios nacionais.
"Toda essa maratona culmina em setembro, na Paraolimpíada, quando os atletas devem estar em seus auges de desempenho. As competições são importantes para adequação de marcas, para que eles tenham mais clima de realidade de uma grande disputa e para trabalharmos a ansiedade, fazermos ajustes", diz Rui Menslin, coordenador da natação brasileira.
As estrelas da modalidade também passaram temporadas no exterior para treinamentos mais especializados. Daniel Dias treinou na Espanha e André Brasil, nos EUA.
Para Menslin, a responsabilidade que recai sobre sua equipe é enorme e os atletas têm consciência permanente disso. "Representar uma nação pesa demais. As pessoas esperam que o Brasil faça bonito, têm esperança de ver medalhas de ouro."