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Governo do Rio quer Exército nas ruas nos Jogos Olímpicos

O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, anunciou nesta quinta-feira (19) que vai pedir o reforço das Forças Armadas para atuar nas ruas do capital fluminense durante os Jogos Olímpicos.

O pedido será enviado pelo governador interino, Francisco Dornelles, ao presidente interino, Michel Temer, que tem a responsabilidade de autorizar a liberação das Forças Armadas.

Se o pedido for aceito será decretado uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que dará aos militares o poder de polícia. O ministro da Defesa, Raul Jungman, garante que, a princípio, os militares não atuarão em favelas. Um estudo elaborado por militares e pela Secretaria de Segurança mostra que deve haver o reforço na segurança de seis favelas do Rio. Todas elas estão localizadas no caminho de atletas e de delegações para locais de competição ou próximas a essas áreas.

Não está prevista pelos militares uma ocupação semelhante no modelo das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora) ou como fizeram no Complexo do Alemão, em 2010, ou no Complexo da Maré, ambos na zona norte.

A ideia é que os militares fiquem nas ruas nos acessos às comunidades impedindo o tráfego de traficantes. A maior concentração militar será na região da Pavuna, zona norte do Rio, e próximo ao parque olímpico de Deodoro. Na região, a preocupação está na ação de traficantes das favelas do Muquiço, Chapadão e da Pedreira.

"A solicitação de forças externas é justamente para que se libere os policiais para cuidar da cidade, da população", afirmou o secretário José Mariano Beltrame.

O secretário porém, não indicou o efetivo solicitado. No momento, 15 mil militares estão na reserva caso seja aceito o pedido.

A expectativa é que atuem próximo a áreas relacionadas aos Jogos, mas fora das arenas, cuja a segurança vai ser feita pela Força Nacional de Segurança.

A declaração foi feita após uma reunião com o novo ministro da Defesa, Raul Jungmann que está no Rio para tratar dos preparativos para os Jogos.

Jungmann deve fazer a interlocução do pedido de Beltrame com Temer. Em entrevista, o ministro elogiou o planejamento de segurança feito até o momento para os Jogos.

Questionado se havia preocupação de que o aumento dos índices de violência no Estado viesse atingir o Jogos, ele minimizou a situação.

"À exceção de questões pontuais, eu creio que nós temos sob controle tudo que possa causar problemas durante a Olimpíada. Mas isso não quer dizer que não estamos em alerta", disse.

Mais cedo, em um evento no Centro de Educação Física da Marinha, também no Rio, o ministro confirmou que 9,3 mil homens da Força Nacional de Segurança vão atuar na cidade durante os Jogos.

Antes, apenas 7,3 mil homens da Força Nacional estavam confirmados. O ministro Jungmann afirmou que o acréscimo de dois mil homens foi obtido pelo novo ministro da Justiça, Alexandre Morais junto aos estados que se recusavam a ceder agentes para atuar durante a olimpíada. A Folha apurou que, há dez dias, o secretário Beltrame comemorava se conseguisse reunir metade, pouco mais de 4 mil homens, dos agentes da Força Nacional prometidos para atuarem no evento.

Ricardo Borges/Folhapress
RIO DE JANEIRO, RJ 26-09-2015 - Secretario de segurança, José Mariano Beltrame, vai conferir trabalho do reforço policial na praia do Arpoador no primeiro dia da Operação Verão que foi antecipada. ( Foto: Ricardo Borges/Folhapress, COTIDIANO)
Secretário de segurança do Rio, José Mariano Beltrame fala com policiais

NÚMERO DE HOMICÍDIOS

A escalada da violência no Estado do Rio de Janeiro mais uma vez foi confirmada pelos números oficiais.

Relatório do ISP (Instituto de Segurança Pública) divulgado nesta quinta-feira (19) mostrou que, entre janeiro e abril de 2016, houve 1.715 mortes classificadas como homicídios dolosos (com intenção de matar). O dado representa aumento de 15,8% na comparação com o ano anterior. Este mesmo período, em 2015, somou 1.486 homicídios dolosos.

No mês de abril de 2016, as autoridades contabilizaram 471 homicídios dolosos, enquanto, em 2015, foram 339 casos - um aumento de 38,9%.

O índice classificado como letalidade violenta (que inclui homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial) também apresentou um aumento. Em relação ao mesmo período de 2015, o número cresceu 33,6%. Foram 423 casos em 2015, contra 565 em 2016.

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