José Roberto Guimarães já sabia quem enfrentaria nos Jogos do Rio antes do anúncio nesta segunda-feira (23).
Assim como sempre sabe exatamente quantos dias faltam para a cerimônia de abertura no Maracanã (73, nesta terça-feira), o treinador da seleção feminina de vôlei também acompanhava atentamente o desempenho das seleções nos respectivos pré-olímpicos.
Como os grupos da Rio-2016 não foram definidos por sorteio, mas pelo ranking da Fivb (Federação Internacional de Vôlei), ele não se surpreendeu quando divulgou-se que suas rivais seriam Rússia, Japão, Coreia do Sul, Argentina e Camarões. O que não quer dizer que não esteja preocupado.
"Nosso grupo é chato pela alternância de escolas, o que vai exigir bastante do nosso time. São duas escolas completamente diferentes: a russa e a asiática (japonesas e coreanas)", afirmou Zé Roberto à Folha.
GRUPOS DO VÔLEI FEMININO NA RIO-2016 - Países e as respectivas colocações no ranking mundial
Arquirrival do Brasil nas últimas três Olimpíadas, a Rússia vai jogar com "bolas altas e atacantes muito fortes". Já as asiáticas tem um jogo "baseado no sistema defensivo", resume o técnico tricampeão olímpico.
Os outros dois adversários do grupo são mais fracos. Segundo Zé Roberto, a Argentina "vem crescendo". Já sobre Camarões ele admite que conhece "muito pouco".
O treinador da seleção feminina também nomeia quem devem ser as principais atletas rivais na primeira fase olímpica.
Na Rússia, apesar da aposentadoria de Sokolova e Gamova, a preocupação continua sendo o ataque rival, principalmente em razão da oposta Goncharova e da ponteira Kosheleva. "As russas têm muita força no ataque, centrais altas e levantadoras experientes. É um time extremamente perigoso", diz.
No Japão, para ele, o destaque é o "padrão de jogo definido". "Elas erram pouco, sempre preocupam".
Na Coreia do Sul, que venceu e quase eliminou o Brasil de Londres-2012 após um 3 a 0, o maior perigo continua sendo a ponteira Kim Yeon-Koung, eleita a melhor jogadora da última Olimpíada. "Não tenho dúvida que teremos dificuldade em jogar com elas".
Na Argentina, para o treinador, as destaques são atletas que passaram pela Superliga brasileira nos últimos anos, como a central Mimi Sosa, a líbero Tatiana Rizzo e a levantadora Yael Castiglione. "São as franco-atiradoras do grupo".
Por fim, o treinador não quis fazer comentários sobre as campeãs do pré-olímpico africano, pois diz conhecer pouco sobre as camaronesas.
"Temos que pensar na nossa preparação e no cruzamento [das quartas de final]", conclui Zé Roberto, que na fase eliminatória enfrentará uma das quatro melhores equipe do Grupo B, que tem EUA, China, Itália, Sérvia, Holanda e Porto Rico.
A seleção feminina estreia em 6 de agosto e a final será dia 20.A ordem dos confrontos ainda não foi divulgada, mas a seleção feminina de vôlei já sabe em quais horários jogará na Olimpíada do Rio.
Exceto pela primeira partida, em 6 de agosto, que será na sessão da tarde (com um jogo às 15h e outro às 17h, este provavelmente o do Brasil), as meninas atuarão no segundo jogo da sessão noturna, às 22h30. A previsão é que estes confrontos acabem por volta das 00h30.