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Rio-2016

Chuva pode adiar regata de vela nos Jogos Olímpicos do Rio

Para o bom andamento das provas de vela durante os Jogos Olímpicos no Rio, em agosto, tudo o que não pode ocorrer são chuvas fortes sobre a baía de Guanabara.

Como a chuva ajuda a carregar mais esgoto para a água do mar, se elas vierem, a organização da competição poderá ser obrigada a tomar uma delicada decisão: adiar as regatas daquele dia.

É uma decisão extrema, segundo membros do comitê Rio 2016, mas que está no radar da organização.

De acordo com Tânia Braga, gerente-geral de sustentabilidade do comitê, existem outras ações preparadas caso a qualidade da água da Guanabara fique ruim entre os dias 8 e 18 de agosto, datas das provas de vela.

"Nossa maior prioridade é a saúde do atleta. Se o nosso monitoramento mostrar que há problemas, a primeira decisão é mudar a regata de raia. Antes do adiamento, podemos também mudar os horários das provas dentro de um mesmo dia", diz Braga.

A contaminação da água por esgoto, que pode causar infecções nos atletas e desmoralizar a organização dos Jogos, é apenas um dos problemas sob monitoramento.

O lixo físico ou o aparecimento de uma baleia morta, como aconteceu em um dos eventos-teste, podem ser até mais problemáticos do que a qualidade da água na baía.

É verdade que muitas das imagens que rodaram o mundo nas regatas preparatórias feitas em agosto de 2014 e 2015, como montanhas de lixo nas águas, foram feitas no fundo da Guanabara, bem longe das cinco raias onde as provas vão ocorrer.

O que não significa que a eventual presença de muito lixo nas raias não esteja tirando o sono dos organizadores.

"O lixo físico me preocupa mais do que a qualidade de água", afirma Braga.

Segundo ela, depois que uma obra de tratamento de esgoto foi entregue em abril, a água na região da Marina da Glória, o ponto mais problemático detectado até agora, onde os barcos entram e saem do mar, tem registrado boa qualidade da água.

O governo estadual, responsável pelo projeto da despoluição, já anunciou que não atingirá a meta de tratar 80% do esgoto lançado na baía, conforme havia sido prometido.

A OLHO NU

O lixo físico tem uma vantagem, segundo os organizadores, porque ele é visível.

Se o problema ficar muito grave nas semanas que antecedem a competição, a região das competições de vela serão cercadas com barreiras, para que nenhum tipo de objeto vire obstáculo aos grandes velejadores do mundo.

"O mais importante é que não vamos esconder nada de ninguém. Seremos totalmente transparentes", afirma Mario Andrada, diretor de comunicação do comitê.

Segundo ele, nos dois eventos-testes feitos até agora, os organizadores até cederam barcos para que as delegações pudessem fazer os seus próprios testes da água da baía de Guanabara. Nova Zelândia, Estados Unidos e Suíça fizeram os testes.

O que resta saber é se, mesmo sem chuva, a beleza cênica da Guanabara vai se sobrepor ao acúmulo de lixo e esgoto na baía.

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