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Operação apura fraude de R$ 85 milhões em obra olímpica

Uma operação no canteiro de obras do Complexo Esportivo de Deodoro, uma das principais áreas olímpicas, apura suposta fraude de R$ 85 milhões. O valor representa 12,5% do valor total do contrato com a Prefeitura do Rio.

Batizada de "Operação Bota-Fora", a investigação apura fraude no transporte e destinação de resíduos da obra. Segundo o Ministério Público Federal, o consórcio Complexo Deodoro (Queiroz Galvão/OAS) forjou documentos para receber mais por serviço não prestado.

O consórcio afirmou que "a alteração do custo de transporte de resíduos se deve ao acréscimo da quantidade de material transportado, o qual não estava previsto inicialmente no projeto básico. Tal alteração não impactou o valor total da obra".

Policiais recolheram computadores, documentos e celulares em oito locais no Rio e em Duque de Caxias, entre eles o Complexo de Deodoro.

De acordo com a procuradora Tatiana Pollo, assinaturas de ao menos 13 motoristas foram falsificadas. O objetivo era comprovar o transporte não realizado de resíduos por meio do documento "manifesto de resíduo" –uma exigência dos órgãos ambientais do Estado.

Ricardo Borges 25.04.2016 /Folhapress
 Rio de Janeiro, RJ,BRASIL, 25/04/2016; Circuito de canoagem Slalom localizado em Deodoro. Ensaio fotográfico das instalações olímpicas para os 100 dias para os jogos olímpicos no Rio de Janeiro. (Foto: Ricardo Borges/Folhapress. ) *** EXCLUSIVO FOLHA***
ircuito de canoagem Slalom localizado em Deodoro

"Encontramos nesses documentos até placas de veículos de passeio como sendo usados para o transporte", disse a procuradora.

O custo atual da obra, segundo o município, é de R$ 675,7 milhões. Mas no site da Caixa Econômica Federal, responsável pelos repasses dos recursos, o investimento é calculado em R$ 738 milhões. A prefeitura não explicou a divergência de valores.

De acordo com o MPF, o aumento se deve principalmente ao acréscimo do serviço fraudado. O custo do transporte e destinação de resíduos subiu de R$ 80 milhões para R$ 142 milhões, diz a procuradoria.

A construção do Complexo Esportivo de Deodoro já havia sido alvo de uma ação do MPF, que bloqueou R$ 128,5 milhões de repasses da Caixa ao município em razão de suspeita de fraude no mesmo serviço. Os recursos para execução da obra são do Ministério do Esporte.

A área norte do Complexo de Deodoro será sede de oito modalidades. Todas as arenas do local já estão prontas, como a corredeira artificial da canoagem slalom, o estádio de Deodoro (palco das disputas de basquete), os circuitos de BMX e mountain bike e as instalações para o pentatlo moderno.

No futuro, o espaço se tornará um parque público.

PREFEITURA DIZ QUE BLOQUEOU REPASSES

A Prefeitura do Rio afirmou que bloqueou os pagamentos referentes aos serviços de transporte de resíduo desde o início das investigações sobre fraudes na obra do Complexo Esportivo de Deodoro.

"A prefeitura reforça que, enquanto não forem apresentados aos órgãos de controle da União os documentos adequados e comprovantes de prestação de contas, os pagamentos continuarão suspensos", diz nota do município.

O comitê organizador da Olimpíada disse que não iria se manifestar por não ser o responsável pela obra.

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