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Paes diz que prefeitura foi 'heroica' em obra investigada por fraude

O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), afirmou nesta quarta-feira (8) que os técnicos do município garantem que parte das fraudes apontadas na obra da área norte do Complexo Esportivo de Deodoro não ocorreu.

Paes reconheceu ter iniciado as intervenções antes da assinatura do contrato, um dos motivos pelos quais, segundo o MPF, a fiscalização falhou. Ele afirmou ter sido necessário por causa do atraso dos governos federal e estadual na definição sobre quem deveria construir as arenas da região –o que deixou o prazo apertado.

"Deodoro é tudo, menos uma falha da Prefeitura do Rio. A preparação para a Olimpíada é de sete anos. O governo federal passou quatro anos sem fazer nada. Depois passou para o governo do Estado, que também passou um ano sem fazer nada. Depois veio para a prefeitura no início de 2014 para entregar em meados de 2015", disse Paes durante apresentação do túnel Marcello Alencar, na zona portuária.

"A Junta Comercial estava em greve, então o consórcio não tinha CNPJ ainda. A prefeitura começou as obras porque tinha que começar. O papel da prefeitura na Olimpíada é heroico, porque vamos entregar as arenas no prazo e no custo, apesar do problema de planejamento que não foi nosso. A prefeitura entrou para salvar".

Ricardo Borges 25.04.2016 /Folhapress
Circuito de canoagem Slalom localizado em Deodoro
Circuito de canoagem Slalom localizado em Deodoro

De acordo com a investigação, o consórcio Complexo Deodoro superfaturou o volume de resíduos transportados e descartados. A estimativa do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle é que a fraude tenha causado um prejuízo de R$ 85 milhões.

"A fiscalização da prefeitura, da Caixa e do Ministério dos Esportes defendem a tese de que o volume de terra foi, de fato, retirado de lá. Mas só vamos pagar depois que a investigação terminar", disse Paes.

O peemedebista afirmou que parte dos indícios encontrados não poderia ser identificado pelos fiscais de obra. Ele citou como exemplo o uso de assinaturas falsas de motoristas que fizeram o transporte do resíduo.

"Essa identificação que fizeram é essencialmente policial. O fiscal da obra não checa as assinaturas. Ele avalia o volume de terra que é retirado".

O prefeito disse apoiar a investigação. O MPF afirma que ainda não há indícios que indiquem a participação de agentes públicos na fraude.

"É importante o trabalho que a CGU está fazendo. Eles nos alertaram disso há um mês e meio e nós bloqueamos o repasse. Só vamos pagar depois que a investigação terminar. Em geral, em obras com recurso federal, se faz a obra e depois fiscaliza. Na Olimpíada há uma fiscalização tripla, com prefeitura, Caixa e Ministério dos Esportes. Tem fiscalização paralela do TCU e do grupo da CGU, com a parceria do MPF. Essa fiscalização é fundamental".

Apesar das suspeitas, Paes elogiou o consórcio por concluir a obra em tempo hábil. "Eles foram bem ali. Terminaram em um ano uma obra complicada".

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