Publicidade
Publicidade

Vôlei quer jogo mais ágil e pune até abraço demorado após pontos

Sheilla ataca, faz o ponto, dá um abraço rápido nas cinco companheiras de seleção e vai para o saque.

Na vitória contra a Sérvia, neste domingo (12), a terceira seguida no Grand Prix, no Rio, foram 75 comemorações brasileiras nos 3 sets a 0. Na maioria delas, a jogadora que iria sacar precisou apressar o passo para recomeçar o jogo.

É o que a FIVB (Federação Internacional de Vôlei) deseja e recomendou aos árbitros a partir deste Grand Prix : abraços mais rápidos e comemorações mais curtas para apressar o jogo.

"É um pouco diferente, mas não teve tanta dificuldade, as meninas não acharam ruim e não vi a torcida reclamar", disse a ponteira Gabi.

O pedido para diminuir o tempo entre um ponto e outro também vale para a Liga Mundial, nesta semana, e será implementado nos Jogos Olímpicos, em agosto.

"Ao longo dos anos os jogadores começaram a criar hábitos que estão retardando o reinício do jogo. Agora a regra dos oito segundos está sendo aplicada", afirma o secretário-geral da FIVB, o brasileiro Luiz Fernando Lima.

No guia de instruções para a arbitragem da entidade em 2016, no item que trata do serviço, está escrito que deve haver sanção ao time que atrasar em mais de oito segundos o jogo entre o apito do árbitro e a ação do saque.

No Grand Prix, as brasileiras disseram que a avaliação de acelerar o reinício da partida a cada ponto dependeu do árbitro. Na estreia foi pedido mais pressa, no segundo e terceiro jogos, não.

"É um processo. Cada juiz aplica de uma maneira. O problema é que estava aumentando o número de partidas com mais de duas horas. Quem perde é o esporte porque as TVs pararam de colocar vôlei na programação", explica Lima, que por sete anos foi diretor de esportes da Rede Globo.

Outra orientação é a de que, antes de autorizar o saque, o árbitro deve verificar se a TV pediu replay da jogada (o que não deve acontecer mais de oito vezes por set e no máximo por sete segundos de cada vez).

"Todos os pontos são tratados de forma igual hoje. Mas, eles não são. Há pontos excepcionais e temos que destacar as grandes jogadas", diz.

O secretário-geral calcula que, na Olimpíada de Moscou-1980, perdia-se dez segundos entre os pontos. Hoje, a média passa dos 20 segundos. O que pode adicionar cerca de 30 minutos em toda a partida. "O ideal é um jogo de 1h45", afirma.

A preocupação com a TV é tamanha que até um tempo mínimo de jogo a FIVB deseja implementar. Um grupo de estudos passa a se reunir em julho para criar um meio para que o tempo de partida seja quase sempre o mesmo.

"Pode-se criar um sistema de jogo que garanta no mínimo quatro sets. E o jogo poderia ter até sete sets."

OLIMPÍADA

Outra novidade para os Jogos Olímpicos é a implantação do chamado desafio.

As equipes vão poder pedir (como no tênis) revisão de jogadas por meio de imagens em vídeo aliado com sistema de computador.

Será a primeira vez que o sistema, que já está em uso no vôlei, estará disponível nos Jogos. Por regra, cada equipe terá o direito de pedir o desafio quantas vezes quiser, até o limite de dois pedidos errados, ou seja, revisões que não se confirmem.

Os lances que permitirão os pedidos são os de toque na rede, bola dentro ou fora, invasão com o pé (pisar na linha no saque ou ataque de três metros), por exemplo.

Inclusive o árbitro pode pedir um desafio.

"As imagens têm que ser mostradas para o público no telão, não há imagem secreta", afirma Lima.

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade