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Dirigente do Rio Preto acusa goleira da seleção de entregar jogo; CBF investiga

O vice-presidente e diretor jurídico do Rio Preto, José Eduardo Rodrigues, encaminhou um ofício para a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pedindo que apure a atuação de sua goleira, Luciana Maria Dionízio, 28, durante os dois jogos contra o Flamengo, válidos pelo Campeonato Brasileiro de futebol feminino.

O dirigente afirma que a goleira teve comportamento "estranho" nas duas partidas, principalmente no segundo confronto, realizado no dia 20 de maio, no estádio Anísio Haddad, em São José do Rio Preto. O time carioca venceu a partida por 2 a 1 e conquistou o título da competição —o primeiro jogo terminou com vitória do Rio Preto por 1 a 0.

Matt Kryger/USA Today Sports/Reuters
Luciana em ação pela seleção brasileira no jogo contra a Austrália, pelo Mundial de 2015
Luciana em ação pela seleção brasileira no jogo contra a Austrália, pelo Mundial de 2015

De acordo com o vice-presidente do clube do interior paulista, Luciana não se mexeu no primeiro gol do time adversário marcado por Larissa Pereira, de pênalti, logo aos 6 minutos. Aos 43 minutos, ela soltou uma bola em um chute de fora da área e Gaby aproveitou para marcar o segundo gol do time carioca.

"Errar é humano, mas esses fatos merecem uma investigação. Na primeira partida, ela [Luciana] fez de tudo para tomar o gol, mas vencemos por 1 a 0. No segundo jogo, a Luciana, que é uma excelente pegadora de pênalti, deu o canto para a adversária chutar e nem se mexeu. No segundo gol, soltou uma bola fácil e depois foi andando para o rebote", relatou o dirigente.

Rodrigues ainda alega que a jogadora fez cera durante a partida mesmo sabendo que o resultado garantia o título ao Flamengo.

"A Luciana alegou que fez cera porque não sabia do regulamento [gol fora tem o peso dobrado]. Ela é uma jogadora de seleção e não é possível que não sabia do regulamento. Conversamos com as jogadoras várias vezes sobre o regulamento. No dia da decisão, ela estranhamente veio com as malas para viajar. Se conquistássemos o título, não participaria?", indagou.

Jogo entre Rio Preto e Flamengo

A Folha entrou em contato com Luciana, que não atendeu as ligações. A assessoria da jogadora e a CBF disseram que não vão se pronunciar sobre o caso.

Coordenador técnico do futebol feminino da CBF, Marco Aurélio Cunha, confirmou que recebeu o ofício do Rio Preto e encaminhou para o departamento jurídico da CBF, que repassou ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). A promotoria do órgão diz que analisa o caso.

Cunha, que esteve nas duas partidas, disse que considerou os lances "normais para uma partida de futebol".

"Podia guardar este ofício para abafar o caso, já que estamos às vésperas da Olimpíada. Mas trabalhamos com seriedade e encaminhei para o nosso jurídico".

Luciana está concentrada com a seleção brasileira permanente, que treina em Itu. Na próxima terça-feira (12), Vadão convocará 18 jogadores, além de outras quatro suplentes para a Rio-2016.

O Rio Preto contratou a goleira em fevereiro no draft realizado com as jogadoras da seleção brasileira. Campeão do Campeonato Brasileiro no ano passado, o time de São José do Rio Preto tinha como prioridade fazer a primeira escolha. Luciana foi uma das principais responsáveis pelo título do clube na edição de 2015 do torneio.

MÁFIA DE RESULTADOS

Na quarta-feira (6), a Polícia Civil prendeu sete pessoas de uma quadrilha suspeita de manipular resultados de partidas de futebol, principalmente nas Séries A2 e A3 do Campeonato Paulista, e divisões inferiores do Norte e do Nordeste.

O objetivo do grupo era beneficiar apostadores de sites de países asiáticos. De acordo com a polícia, a rede de apostadores é da Malásia, da China e da Indonésia.

A operação, denominada Game Over, aconteceu nas cidades paulistas de São José do Rio Preto, Bauru, Sorocaba, além da capital. Ocorreu também em cidades do Rio, Rio Grande do Norte e Ceará.

Franck Fife/AFP
Luciana sai do gol para fazer a defesa durante jogo da seleção contra a Costa no Mundial de 2015
Luciana sai do gol para fazer a defesa durante jogo da seleção contra a Costa no Mundial de 2015
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