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Relatório afirma que esquema de doping russo teve controle estatal

Relatório divulgado pela Wada (Agêndia Mundial Antidoping) nesta segunda-feira (18) afirma que há evidências "além de qualquer dúvida" de que o Ministério do Esporte da Rússia, junto com agências e entidades locais, alimentaram um esquema para atletas não serem pegos em exames antidoping.

A Wada contratou, de forma independente, uma equipe chefiada pelo professor de direito da Western University, do Canadá, Richard McLaren. Ele divulgou o documento e respondeu a perguntas da imprensa mundial nesta manhã.

Uma das conclusões foi "a revelação do tamanho do controle estatal russo e do laboratório [antidoping] de Moscou em processar e encobrir amostras de urina de atletas russos de virtualmente todos os esportes antes e depois dos Jogos [Olímpicos de Inverno] de Sochi".

Doping na rússia - Número de testes positivos marcados depois como negativos, por esporte:

Amostras positivas para doping - Segundo relatório, pelo menos 643 amostras positivas para doping foram reclassificadas pelo Ministério dos Esportes da Rússia

O documento afirma que "há mais dados a serem analisados futuramente, mas isso não afeta as conclusões do relatório".

"O autor independente coletou e revisou a maior quantidade de evidência possível em um prazo de 57 dias estabelecido para este relatório ser concluído", diz trecho do documento.

O relatório de McLaren lista três descobertas principais:

"Que o laboratório de Moscou operou, para proteger atletas russos, com um sistema à prova de falhas ditado pelo Estado;"

"Que o laboratório de Sochi operou uma metodologia de troca de amostras ímpar para permitir que atletas russos pudessem competir nos Jogos;"

"Que o Ministério do Esporte dirigiu, controlou e supervisionou a manipulação de resultados analíticos de atletas ou a troca de amostras, com ativa participação e ajuda da FSB (agência de segurança nacional russa), CSP (Centro de Preparação Esportiva) e dos laboratórios de Moscou e Sochi."

Perguntado sobre a participação do Comitê Olímpico da Rússia, McLaren disse que "a investigação não identificou uma participação ativa" da entidade no esquema. Ele ressaltou, porém, que algumas pessoas ligadas a confederações de esportes envolvidos fazem parte do comitê.

Doping na Russia

Doping em Sochi

REAÇÃO DO COI

O COI (Comitê Olímpico Internacional) afirmou que seu comitê executivo fará uma reunião extraordinária nesta terça-feira (19), por telefone, para tomar as primeiras decisões sobre o comunicado. Isso pode incluir punições aos envolvidos já para os Jogos Olímpicos do Rio.

A entidade também disse que vai estudar cuidadosamente as afirmações complexas e detalhadas do relatório, sobretudo na atuação do Ministério do Esporte da Rússia.

"As constatações do relatório mostram um chocante e inédito ataque à integridade do esporte e dos Jogos Olímpicos. Portanto, o COI não vai hesitar em tomar as mais duras medidas cabíveis contra qualquer indivíduo ou organização implicados nisso', disse o presidente do comitê, o alemão Thomas Bach."

RIO-2016
O relatório deverá aumentar a pressão para que mais atletas russos sejam impedidos de competir nos Jogos Olímpicos do Rio.

Recentemente, uma carta de chefes de comitês antidoping pedia que o país fosse totalmente suspenso da Olimpíada.

Em maio, o ex-diretor do laboratório antidoping de Moscou, Grigory Rodchenkov, afirmou ao "NYT" que ele obedecia a ordens do governo russo para encobrir casos de doping.

Perguntado, McLaren disse que "não faria nenhuma recomendação" em relação aos Jogos do Rio ou aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018.

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