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Opinião

Prisões feitas pela Polícia Federal parecem excessivas

Mario Angelo/Sigmapress/Folhapress
Suspeitos de ligação com o terrorismo são conduzidos por policiais no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos
Suspeitos de ligação com o terrorismo são conduzidos por policiais no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos

Temos pouquíssimas informações que nos possibilitam afirmar de imediato que a prisão dos suspeitos de ligação com grupos terroristas foi correta.

Tudo o que temos de informação é a manifestação do ministro da Justiça dizendo que era um grupo desorganizado e amador.

Aí já cabe um questionamento. Como um grupo desses poderia promover atos de terrorismo?

A lei que busca definir o que são atos de terrorismo diz que esses atos exigem organização. Então já é complicado dizer que tenha sido uma prisão necessária. Cheira a excesso.

Além disso, segundo o ministro da Defesa, o Brasil não corre risco de ato de terrorismo. Se não há risco, porque o processo está em segredo de Justiça?

O sigilo só ocorre quando há investigação de fatos que estão acontecendo ou que podem acontecer. Se podem acontecer, então estamos correndo risco.

Gostaria que fossem esclarecidas as circunstâncias da prisão e explicado o motivo desse sigilo.

Ao meu ver, o ideal seria continuar investigando e aguardar por provas mais contundentes. Qualquer afã atrapalha o bom desenvolvimento da Justiça.

Essa prisão tem um caráter midiático. É uma prisão que distorce os institutos do processo penal e serve mais como resposta à mídia que qualquer coisa.

O Estado não pode agir para dar resposta à comunidade internacional ou à sociedade. Tem que agir de acordo com a Constituição.

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