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COI não irá banir Rússia da Olimpíada; federações devem decidir individualmente

A Rússia não será banida por completo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) na manhã deste domingo (24).

O COI vai delegar a decisão de cada esporte à sua respectiva federação internacional. O COI definiu, também, uma série de condições para que os russos disputem os Jogos.

Para ser elegível, um atleta, por exemplo, nunca pode ter sofrido nenhuma suspensão por doping anteriormente, mesmo que tenha cumprido punição.

Segundo comunicado no site do COI, a decisão foi guiada "pela regra fundamental do regulamento olímpico de proteger atletas limpos e a integridade do esporte".

No texto, o comitê também diz que não teria "tempo suficiente para realizar audiências com os atletas, autoridades e organizações afetados".

O COI permitiu que o presidente do Comitê Olímpico da Rússia, Alexander Zhukov, fizesse uma explanação em audioconferência para defender a permanência de seu país nos Jogos. O dirigente assegurou que haveria total cooperação das autoridades com organismos internacionais para combater o doping. Ele também afirmou que todo o sistema antidoping russo, inclusive a agência antidoping nacional, será reformulado.

TÊNIS

A Federação Internacional de Tênis afirmou que vai liberar os sete jogadores russos classificados para os Jogos do Rio para competir. A entidade argumentou que fez 205 testes antidoping com tais atletas fora do território russo desde 2014 e que nunca nenhum foi flagrado com substâncias proibidas.

"A federação acredita que isso é suficiente para que os sete atletas se adequem nas exigências feitas pelo Comitê Executivo do COI", escreveu, em comunicado.

JULGAMENTO

O país corria o risco de ficar fora do evento devido a uma denúncia de um esquema de doping generalizado e apoiado pelo governo nos Jogos Olímpicos de Sochi-2014. A revelação foi feita nesta semana, com a divulgação de um relatório de consultor independente da Wada (Agência Mundial Antidoping).

A equipe de atletismo do país já está impedida de competir por ter sido banida pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) também por conta de um esquema de doping exposto em novembro do ano passado.

A Rússia admitiu algumas violações por doping envolvendo atletas e técnicos, mas nega que o governo estivesse envolvido. A mídia estatal afirmou que a questão era uma vingança política liderada pelos EUA.

Doping na Russia

Na terça-feira, o Tribunal Arbitral do Esporte acolheu a decisão da Iaaf pelo banimento da equipe russa de atletismo.

Assim, o tribunal deu sustentação à ideia de uma punição ampla enquanto as autoridades esportivas lutam para combater um doping sofisticado e generalizado encoberto por um sistema que envolve atletas, oficiais antidoping e funcionários do governo.

O COI, contudo, não seguiu na mesma linha.

Na segunda-feira, o COI disse que não iria organizar ou amparar a nenhum evento esportivo na Rússia, incluindo os Jogos Europeus de 2019, e que nenhum membro do Ministério do Esporte da Rússia envolvido na denúncia seria recebido no Rio.

Também foram determinados novos testes de todos os atletas russos que participaram dos Jogos Olímpicos de Sochi, assim como um inquérito completo do acobertamento do esquema.

Vladimir Putin, presidente da Rússia, disse que o caso poderia rachar o movimento olímpico, como eco dos anos 1980, quando os EUA lideraram um boicote político dos Jogos de Moscou-1980, e a União Soviética liderou um boicote do bloco oriental aos jogos de Los Angeles-1984.

Putin comunicou na semana passada à empresa que organizava a vinda da comitiva russa que não viria mais ao Rio para a cerimônia de abertura, no dia 5 de agosto, como estava previsto. Ele também ficaria na cidade no dia 6, para assistir provavelmente à competição de judô.

STEPANOVA

A russa Yulia Stepanova, 29, que foi liberada para participar dos Jogos do Rio em decisão da Federação de Atletismo, perdeu o privilégio por já ter testado positivo para doping em 2013.

A atleta, que compete a prova dos 800 metros, foi a denunciante do esquema de doping. Ela iria competir sob bandeira neutra.

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