Publicidade
Publicidade

Rússia vai de projeto de capital do esporte a nação do doping

A Rússia se livrou da maior punição da história dos Jogos Olímpicos neste domingo (24), mas isso não quer dizer que a mancha na reputação esportiva que o país tentou construir recentemente seja desfeita.

A partir da segunda metade da década passada, os russos se empenharam em se se transformar na capital mundial do esporte. Por meio de um plano estratégico idealizado pelo governo de Vladimir Putin, o país adquiriu o direito de sediar um enorme número de eventos internacionais.

A sombra de desconfiança que paira sobre os competidores locais, porém, representa uma pá de cal neste objetivo.

Nesta década, a Rússia hospedou ou ainda receberá três megaeventos: a Universíade de Kazan, em 2013, os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, em 2014, e a Copa do Mundo da Fifa, em 2018.

Além destes, também foi palco de outras competições de grande relevância, sobretudo no quesito campeonatos mundiais.

Em um espaço de seis anos, recebeu os de atletismo (2013), judô (2014), esportes aquáticos (2015), taekwondo (2015), hóquei no gelo, pentatlo moderno, F-1, Fórmula E e os europeus de canoagem e remo.

De acordo com o prefeito de Moscou, Sergei Sobianin, a expectativa é a de que a capital russa recebesse mais de 60 eventos esportivos de grande porte em 2016.

Situação da Rússia

GASTANÇA

A iniciativa russa de enfileirar campeonatos de padrão internacional foi custosa. Para os Jogos de Inverno de Sochi, foram gastos US$ 50 bilhões de dólares (em cotação atual, mais de R$ 150 milhões de reais).

O montante fez da competição a mais cara edição dos Jogos Olímpicos em toda a história, sejam eles de Inverno ou de Verão. Para se ter uma comparação, o custo geral dos Jogos do Rio gira em torno de R$ 39 bilhões, divididos entre todos os entes (comitê organizador e governos federal, estadual e municipal).

Para a Copa do Mundo de 2018, a expectativa é a de que o gasto total fique na casa de US$ 13 bilhões (aproximadamente R$ 40 bilhões). Em maio de 2015, o governo russo definiu um corte da ordem de R$ 220 milhões, para não estourar o orçamento.

A Copa do Mundo do Brasil, por exemplo, consumiu R$ 25,5 milhões, de acordo com relatório do Tribunal de Contas da União.

Indagada pela Folha sobre o problema russo com o doping, a Fifa disse que promoverá um programa antidoping "de alto padrão" na Rússia. O assunto é tema de apreciação no Comitê de Ética da entidade.

Doping na Russia

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade