A Wada (Agência Mundial Antidoping) afirmou nesta segunda-feira (25) que está desapontada com a decisão do COI (Comitê Olímpico Internacional), que definiu não banir por completo a Rússia dos Jogos Olímpicos do Rio.
O comitê executivo da Wada havia recomendado que nenhum atleta russo, de qualquer modalidade disputasse os Jogos, após o relatório da comissão independente apontar participação ativa do governo do país no encobrimento de casos de doping.
Em decisão anunciada no último domingo, o COI delegou a decisão de cada esporte à sua respectiva federação internacional. Atletas que já tenham sido flagrados em algum exame antidoping na carreira não poderão participar do torneio.
"A Wada está desapontada que o COI não seguiu as recomendações do nosso Comitê Executivo, que as tomou baseado nas descobertas feitas pela investigação liderada por Richard McLaren, o que teria garantido uma abordagem direta, forte e harmoniosa", criticou Craig Reedie, presidente da Wada.
"O relatório de McLaren expôs, acima da dúvida razoável, um programa de doping operado pelo Estado na Rússia que, de forma grave, desrespeita os princípios de um esporte limpo que está incluso no Código Antidopagem Mundial", acrescentou.
Com a decisão do COI de punir apenas atletas que já foram flagrados em algum exame antidoping, a russa Iulia Stepanova, delatora do escândalo de doping no atletismo do país, está fora da Rio-2016. A decisão também desagradou a Wada.
Stepanova havia sido autorizada pela Iaaf (Federação Internacional de Atletismo) a competir sob bandeira branca.
"A Wada tem sido muito enfática ao apoiar o desejo de Iulia de competir como uma atleta independente. A senhora Stepanova foi instrumental ao expor com coragem simplesmente o maior escândalo de doping de todos os tempos. A Wada está muito preocupada com a mensagem que isso transmite aos denunciantes do futuro", afirmou o diretor-geral da agência, Olivier Niggli.
Nesta segunda-feira (25), o Comitê Olímpico da Rússia admitiu que pelo menos oito atletas do país devem ser impedidos de competir na Rio-2016, após a decisão do COI.
