Ele é o curinga de Rogério Micale para a lateral. O santista Zeca já foi testado na Granja Comary nos dois lados do campo.
Um dos mais agitados nos treinos, o jogador de 22 anos não esquece a goleada da Alemanha na Copa do Mundo de 2014, por 7 a 1, e quer ajudar o Brasil a resgatar o prestígio nos Jogos do Rio.
"Acho que na Olimpíada temos que mostrar a cara do futebol brasileiro. Temos que colocar os outros times na roda", afirmou o lateral, em entrevista à Folha.
Aficionado por musculação, Zeca contou que se não fosse jogador de futebol gostaria de disputar os Jogos do Rio como halterofilista.
"Gosto de ver as competições. Fico impressionado com aqueles caras", disse o santista.
| Lucas Figueiredo/MowaPress/Divulgação | ||
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| O lateral santista Zeca em entrevista coletiva pela seleção brasileira |
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FOLHA - Qual o seu herói olímpico?
ZECA - O Neymar. Nunca joguei ao lado dele. Vou ter esse prazer agora.
Qual a primeira Olimpíada que você se recorda de acompanhar?
Foi a de Londres, em que o Brasil perdeu na final.
Se você não fosse jogador de futebol, pensaria em disputar os Jogos Olímpicos em outro esporte?
Queria fazer levantamento de peso. Sou apaixonado por academia e crossfit, mas, infelizmente, o futebol não deixa muito. Dá muita lesão no ombro e não posso fazer.
Quem você vai pedir um autógrafo?
Queria pedir para o Duda [saltador Mauro Vinícius, que disputou dois Jogos, mas ainda não foi confirmado na equipe olímpica brasileira de atletismo]. Treinei com ele coordenação quando morava em São José do Rio Preto. Fiz uma semana de atletismo para conhecer os movimentos. Na época, tinha 15 anos.
Você prefere o Duda ao Bolt?
Vou pegar autógrafo dos dois (risos). O Bolt é um mito, mas o Duda é um cara especial pela trajetória de vida dele.
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Quem estava com você quando saiu a sua convocação?
Estava com o Elano, o Dorival e o o Hector, segurança do Santos. Estava em Porto Alegre concentrado para a partida contra o Grêmio.
Naquela dia, me emocionei muito quando falei com o meu avô. Sou muito ligado a ele. Ele me ajudou a vida toda. O meu avô joga bola até hoje. Ele tem 64 anos. O pessoal chama ele de vovô garoto. Ele é lateral e digo de brincadeira que ele está aprendendo comigo.
Filme preferido?
Gladiador. Já vi umas dez vezes. Gosta da superação do personagem. Adoro a cena que o povo levanta nos braços o corpo dele morto.
Como você se define politicamente?
Não acompanho muito. Escuto muito o que a minha avó diz. Acho que tem que melhorar muito a saúde e a educação. Somos visto lá fora como um país corrupto. Acho que temos que mudar a cara do Brasil.
Você estudou até que série?
Terminei o ensino médio. Se der, quero fazer a faculdade de administração.
Você é supersticioso?
Sou muito supersticioso. Até os companheiros de grupo me zoam.
Tenho um pavor de pisar na linha do campo quando saímos do vestiário. Acredito que tudo vai dar errado se pisar nela. Ao entrar no gramado, sempre dou um pulo ali. O pessoal do Santos pega no meu pé direto por isso (risos).
Você tem apelido?
Gosto muito de academia e sou pequeno, tenho 1,68. Por isso, o pessoal me chama de anão musculoso. Não gosto muito, mas levo na esportiva.
Quem é o melhor jogador da sua posição?
O Philipp Lahm, da Alemanha. Ele é muito bom na minha posição. É versátil, consegue jogar de volante. Gosto também do Daniel Alves.
O Brasil vai gastar quase R$ 35 bilhões para realizar o evento. Vale a pena?
Sim. Se tudo que for feito, tiver um legado. As pessoas vão ter que continuar usando. Isso será fundamental para afirmar que valeu a pena.
Você sabe quem é o Guilherme Paraense [primeiro brasileiro medalhista de ouro. Venceu no tiro nos Jogos da Antuérpia-20]?
Não faço ideia.
O que você acha do Eduardo Cunha?
Não acompanho muito a política, mas a minha avó fala meio mal dele. Diz que ele é corrupto (risos).
Qual o adversário mais temido?
Não que seja o mais temido, mas quero jogar contra a Alemanha.
Além do ouro, o que mais a seleção terá que fazer em campo nos Jogos?
Nosso time tem tudo para ser campeão. Acho que na Olimpíada temos que mostrar a cara do futebol brasileiro. Temos que colocar os outros times na roda.
Onde você estava no 7 a 1?
Estava com os meus amigos. Não fiquei feliz. Fiquei 'chateadaço', mas não critico os jogadores brasileiros. A Alemanha foi muito inteligente. A resposta do Brasil tem que ser agora para mudar essa cara.
Você quer devolver o 7 a 1?
Foi triste. Não chorei porque vivo no meio do futebol e estava tentando entender o que tinha acontecido. Ninguém quer perder daquele jeito. Não quero ganhar da Alemanha para devolver, mas para mostrar a força do Brasil.
Vi a partida com os meus amigos e meu avô. Ele chorou. Foi duro. Disse a ele que ia chegar na seleção e devolver aquilo.
Você já comprou ingresso para a final?
Ainda não comprei. Mas meus avós vão estar lá. Mas tenho que levar médico para não morrerem do coração (risos).
RAIO X - ZECA
NOME COMPLETO
José Carlos Cracco Neto
ATUAL CLUBE
Santos
POSIÇÃO
Lateral
TÍTULOS
Pelo Santos: Campeonato Paulista (2015 e 2016); Copa São Paulo de Futebol Júnior (2013).