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Delatora de doping na Rússia apela de exclusão dos Jogos do Rio-2016

A russa Iuliia Stepanova, especialista dos 800 m e uma das delatoras responsável pela investigação sobre o caso de doping estatal na Rússia, apelou de sua exclusão dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 anunciada no domingo pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), anunciou nesta terça-feira (26) seu marido, Vitali Stepanov.

"Na nossa opinião, a exclusão é uma decisão injusta para todos os delatores", ele disse ao jornal "USA Today", afirmando ter enviado na última segunda-feira (25) uma carta que pedia ao COI que a exclusão de Stepanova fosse reconsiderada.

"Se Iuliia não tivesse feito as revelações, é muito provável que tudo que está acontecendo neste momento não existisse e eles (os atletas dopados) poderiam participar dos Jogos", declarou Stepanov, ex-funcionário da Agência Antidoping Russa (Rusada).

"A mensagem que o COI está passando é: 'se você quiser mudar as coisas, não o faça, continue trapaceando, não mude, não tente mudar nada'. Não acho que seja a mensagem que entidades éticas queiram passar", afirmou.

Inicialmente, Stepanova havia sido autorizada a participar dos Jogos do Rio pela Federação Internacional de Atletismo (Iaaf) pelas denúncias que levaram à exclusão do atletismo russo.

O COI, porém, acabou excluindo a atleta devido aos critérios definidos pelas Federações Internacionais encarregadas de selecionar os esportistas russos que teriam o direito de competir.

Um dos critérios é de nunca ter sido testado positivo ou recebido suspensão por doping. Stepanova foi suspensa em 2013 por dois anos por irregularidades no passaporte biológico.

Apesar da apelação, Stepanov não se mostra confiante na possibilidade de reverter a decisão do COI.

"Se brigamos pelos motivos certos e se perdemos um combate contribuindo um pouco para a mudança das coisas, não há do que se envergonhar. É isso que fazemos, não é só pelo Jogos Olímpicos, é também pelos atletas que denunciam sistemas corruptos em seus países", disse.

A Agência Mundial Antidoping (Wada) e a Agência Americana Antidoping (Usada) declaram apoio a Stepanova após a exclusão da atleta e uma petição na internet pedindo que seja autorizada a competir no Rio já conta com mais de 20.000 assinaturas.

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