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Após cortes, ministro diz que parte cultural dos Jogos era megalomaníaca

Após receber críticas de artistas e produtores por reduzir a programação cultural dos Jogos Olímpicos, o ministro da cultura, Marcelo Calero, disse que não está preocupado com números.

"Os números sempre têm essa coisa megalomaníaca: 2.000, 10 mil. Nós estamos preocupados em requalificar essa programação", disse Calero, em entrevista coletiva no Rio, na manhã desta sexta-feira (29).

Pedro Ladeira/Folhapress
O ministro da Cultura, Marcelo Calero, em cerimônia no Palácio do Planalto
O ministro da Cultura, Marcelo Calero, em cerimônia no Palácio do Planalto

Segundo o ministro, os 560 eventos previstos atualmente na cidade mobilizarão 2.000 artistas durante os Jogos. A antiga gestão previa uma programação com 2.000 espetáculos e 10 mil artistas.

Calero disse ainda que seu antecessor, Juca Ferreira, lançou a programação cultural da Olimpíada quando faltavam três meses para os Jogos, o que impediria a efetivação dos eventos em tempo hábil.

"Quando chegamos ao ministério, percebemos que não havia uma programação, havia um esboço. Uma coisa é fazer contatos informais, outra é fazer a contratação", disse.

Dos R$ 85 milhões previstos anteriormente para a programação cultural, R$ 50 milhões estão empenhados para a execução dos 560 eventos durante a Olimpíada e a Paraolímpiada, segundo o ministro.

DEMISSÕES

Calero também falou sobre as 81 demissões, na terça (26), de funcionários com cargos comissionados no ministério.

Segundo o ministro, serão criadas até 50 vagas para repor os demitidos. Elas serão ocupadas por servidores de carreira escolhidos em processo seletivo interno.

A nomeação de Oswaldo Massaini Filho para a Cinemateca Brasileira também não foi descartada. Segundo Calero, o nome de um novo diretor seria definido ainda nessa sexta-feira. Massaini é réu em processo de estelionato, como revelou a Folha.

O ministro afirmou que assumiu o Ministério da Cultura em uma situação de "caos administrativo". "O ministério da cultura vivia uma situação de desmonte. Tínhamos de orçamento R$ 400 milhões e dívidas de R$ 1 bilhão com diversos fornecedores, editais não pagos, obras paralisadas. Tinha escritório nosso que não tinha internet porque a conta não estava paga", disse.

Segundo Calero, o presidente interino Michel Temer "se sensibilizou" com a situação fiscal do ministério e deu um aporte adicional de R$ 236 milhões para a pasta.

"Isso permitiu que pudéssemos garantir que os museus estivessem funcionando durante a Olimpíada, os centros culturais, e até o próprio Ministério estivesse aberto", afirmou.

Editoria de Arte/Folhapress
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