Os líderes do ranking entraram em ação, mas as atenções continuaram voltadas para Rafael Nadal. Após duas fortes sessões de treino, o tenista espanhol declarou para uma multidão de jornalistas no começo da noite desta terça (2) que vai disputar os torneios de simples e duplas na Olimpíada do Rio.
"Não estou 100%, mas quero jogar. Afinal, são os Jogos Olímpicos", disse Nadal, atual quinto do mundo, que se recupera de uma lesão série no punho esquerdo, justamente o da sua empunhadura.
O suspense criado pelo espanhol monopolizou a imprensa. Seus treinos tiveram audiência superior aos do sérvio Novak Djokovic e do britânico Andy Murray, primeiro e segundo colocados do ranking e favoritos ao ouro no Rio.
Com raquete amarela e a expressão "boa sorte" inscrita em sonoro português, Djokovic estreou a quadra central do complexo olímpico dando atenção aos detalhes. Discutiu o vento e a direção do sol com seu treinador e contou o recuo que tinha entre a linha de base e o fim da quadra —exatos 11 passos. No meio da sessão, resolveu fazer nova homenagem ao país-sede, trajando munhequeiras verde e amarelo, uma em cada pulso.
Djokovic e Murray, no entanto, foram coadjuvantes nesse primeiro dia de ação de verdade no Centro Olímpico de Tênis. Desde a manhã, câmeras, jornalistas, voluntários e até faxineiros da Comlurb prestavam atenção era no espanhol.
Contra Marc López, seu provável companheiro de dupla, cumpriu uma hora e meia de jogo sob sol forte e algumas palavras ríspidas ao colega. À tarde, já na quadra central, o sparring foi David Ferrer. Com o tempo já fechado e ameaçando chuva, imprimiu ritmo vigoroso, passando a impressão de plena recuperação.
"Ele treinou agora à tarde em ritmo superior ao de Mallorca, está se sentindo bem melhor", declarou Conchita Martínez, capitã da equipe espanhola no torneio olímpico, em referência ao período de recuperação observado pelo tenista em sua terra natal após cinco semanas de inatividade. Ela, Nadal e seu tio e treinador, Toni, conversaram por vários minutos após a última sessão de treino, quando começava a chover no Rio.
A decisão, desde a manhã, já não era mais clínica, mas técnica, já que Nadal claramente tinha condições de optar por competir em apenas um dos torneios —pela lógica, o torneio de simples, o que deixaria López de fora dos Jogos.
"Vou tentar jogar tudo", resumiu. Pelo que se viu até agora no Rio, com muito apoio da torcida.