Publicidade
Publicidade

'Chata' na marcação, volante Formiga iguala recorde de participação nos Jogos

A baiana Miraildes Maciel Mota era tão chata jogando futebol que recebeu das adversárias o apelido de Formiga, já que não desgrudava um segundo da adversária que precisava marcar.

A chatice a levou à posição perfeita para uma "formiguinha" em campo, a de volante, onde a jogadora é responsável pela proteção da defesa. Isso aconteceu quando Miraildes tinha 12 anos.

Vinte e seis anos depois, quando entrar em campo com a seleção nesta quarta-feira (3), para enfrentar a China, Formiga, 38, estará iniciando a participação em sua sexta Olimpíada. Ela se tornará, assim, a atleta brasileira com o maior número de presenças no evento, deixando para trás a ex-jogadora de vôlei Fofão, que esteve em cinco Jogos.

Mais do que isso, a volante se igualará ao espanhol Manuel Estiarte, do polo aquático, e à russa Evgeniya Artamonova, do vôlei, como a atleta de esportes coletivos com mais participações em Olimpíadas.

E as marcas históricas alcançadas por Formiga não param por aí. Com seis edições de Jogos Olímpicos no currículo, Formiga empatará com o iatista Torben Grael, o mesa-tenista Hugo Hoyama e o cavaleiro Rodrigo Pessoa como os brasileiros que mais vezes estiveram no evento.

Pessoa, que foi convocado como reserva para a Rio-2016, vai se isolar como o recordista se for chamado a entrar em ação nos Jogos.

EM TODAS

Formiga foi chamada para defender a seleção brasileira em todas as Olimpíadas desde que o futebol feminino entrou para o programa olímpico, em Atlanta-96.

Em sua coleção de conquistas no esporte, ela tem duas medalhas de prata, ganhas em Atenas-2004 e Pequim-2008.

Falta a ela, é claro, uma medalha de ouro, e os Jogos do Rio, de acordo com a própria jogadora, serão a última oportunidade para alcançar essa façanha.

"Vai ser a última [Olimpíada], certeza. Estou me cuidando e me entregando 100% aos treinamentos para que a última seja a melhor de todas", disse Formiga.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

As companheiras da volante concordam com esse "estar se cuidando".

"A Formiga, se deixar, corre mais do que todas aqui. Temos até de falar para ela parar um pouco", brincou a zagueira Érika, 28.

A baiana, que começou a jogar bola nas ruas de Salvador, quando ainda era uma criança, rodou o mundo graças ao futebol —são também seis Copas do Mundo no currículo, outro recorde de participações, ao lado da japonesa Sawa.

E não apenas pela equipe nacional: Formiga jogou em clubes da Suécia e dos Estados Unidos, e atualmente faz parte da seleção permanente, um projeto da CBF de reunir as jogadoras para treinos e amistosos, em período integral, como um clube, e com o pagamento de salário.

"O time tem experiência. Estamos eu, a Marta e a Cristiane com jogadoras jovens. Acho que isso pode dar certo", afirma Formiga, que não costuma se prolongar muito nas respostas.

Mesmo aos 38 anos, e com um currículo tão extenso, a volante continua tímida. Como a garota de 12 anos que não gostava, no início, de ser chamada de formiguinha.

*

Brasileiros classificados para a Olimpíada

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade