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Efetivo maior tenta amenizar falhas no plano de segurança da Rio-2016

O forte esquema de segurança montado para a Olimpíada do Rio de Janeiro –85 mil agentes entre policiais e militares, atrás apenas de Pequim-2008, com 110 mil– busca atenuar a indefinição que levou a decisões de última hora.

O plano de segurança dos Jogos foi elaborado em julho de 2015, mas, quatro meses depois, sua execução foi travada por conta da crise política que culminou no afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT).

As decisões só voltaram a ser tomadas após 12 de maio, quando Michel Temer (PMDB) tomou posse interinamente.

Na ocasião, um israelense que acompanhava o programa de segurança disse à Folha que o país se preocupava mais com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), então presidente da Câmara, do que com a Olimpíada.

Junta-se a esse cenário o enfraquecimento da Sesge (Secretaria Extraordinária de Segurança para os Grandes Eventos), criada em 2011.

Ligada ao Ministério da Justiça, ela capitaneou os planos para eventos como a visita do papa Francisco e a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa-2014.

A Sesge projetou um programa de segurança para a Olimpíada, mas ele ficou no papel. A indefinição política congelou os recursos que deveriam ser repassados pela secretaria aos Estados –principalmente ao RJ.

Ao mesmo tempo, o governo fluminense passava por uma crise que o fez atrasar os salários de policiais civis e militares, além de não manter em condições de uso a frota de carros e aeronaves adquiridas entre 2012 e 2014.

O estado de calamidade afetou a segurança pública do Rio e o programa das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), cada vez mais desafiadas por traficantes que antes se recolhiam.

O enfraquecimento da Sesge passa pela rejeição do novo governo ao secretário da pasta, o delegado federal Andrei Rodrigues, ex-chefe da segurança da campanha da presidente Dilma Rousseff.

A situação piorou após a sua pasta autorizar uma concorrência, em junho, para a escolha de uma empresa para gerir os acessos às arenas. A vitoriosa foi a pequena Artel Recursos Humanos, que se mostrou incapaz de entregar a mão de obra prometida.

Isso levou o governo a montar uma substituição emergencial por 3.400 policiais e bombeiros aposentados, gastando ao menos o dobro dos R$ 17,3 milhões previstos na licitação.

Eles tiveram dois dias de treinamento para manusear os detetores de metal e os raio-X que revistarão o público que frequentar as arenas.

Situações assim vêm deixando os policiais estrangeiros que estão no Rio preocupados e levaram as Forças Armadas a ampliarem o efetivo. Desde os atentados em Nice, na França, os militares aumentaram sua influência nos Jogos.

Nesta semana, o secretário da Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, pediu que eles cuidassem dos pontos turísticos. Cada alteração no plano de segurança dá mais poder aos militares, que efetivamente se prepararam, gastando algo em torno de R$ 1 bilhão desde 2014, com a compra de equipamentos mais modernos e a reforma de quartéis no país.

Segurança olímpica

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