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Novas ações da Polícia Federal no Rio incluem helicópteros e balões

Kirill Kudryavtsev/AFP
Soldado do Exército faz guarda em frente à casa temática da Rússia, em Copacabana
Soldado do Exército faz guarda em frente à casa temática da Rússia, em Copacabana

A Polícia Federal colocou em prática pelo menos três ações de segurança para os Jogos no Rio.

Essas iniciativas são baseadas na coleta ininterrupta de imagens e dados com o objetivo de prevenir atos violentos, incluindo terrorismo. Em caso de ataque, as ações permitiriam investigações com mais precisão.

Em outra frente do esquema de segurança, os órgãos públicos trabalham com a noção de "saturação", espalhando ostensivamente pelas ruas um grande número de homens e carros policiais e militares.

O objetivo é passar a sensação de que o atacante, se decidir agir, será rapidamente reprimido ou terá dificuldades para chegar ao evento.

Adquiridos e operados com a consultoria de peritos criminais do INC (Instituto Nacional de Criminalística), da direção geral da PF em Brasília, os sistemas de coleta de imagens usam balões, câmeras fixas e helicópteros equipados com câmeras.

Uma rede especial de transmissão de dados, que opera fora da internet, foi desenvolvida para garantir um bom fluxo das imagens e impedir o ataque de hackers.

As imagens registradas por câmeras de alta resolução são enviadas em tempo real aos centros de monitoramento do Rio e de Brasília e armazenadas em servidores de uma sala-cofre sob controle da PF.

A captação de imagens ajuda em duas frentes: antecipação de movimentos de carros e pessoas suspeitas e a reconstituição de eventos já ocorridos, conforme explica o perito criminal Evandro Mário Lorens, diretor da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais.

A análise do "big data", que no jargão da tecnologia de informação significa a formação de grandes bancos de dados, poderia indicar o caminho percorrido por determinado veículo ou pessoa e eventuais contatos com terceiros antes do ataque.

Editoria de Arte/Folhapress

O projeto dos balões, chamado de AMPGA (Aeróstato de Monitoramento Persistente de Grandes Áreas), inclui quatro unidades instaladas a 200 metros de altura, estáticas, cada uma equipada com 13 câmeras. Cada balão cobre área de 20 quilômetros quadrados. Somados, abrangem cerca de 80% da área de atividade nos Jogos.

As câmeras podem ser direcionadas para determinados pontos na multidão, mantendo a qualidade com precisão de centímetros. Um modelo similar foi testado pela primeira vez em 2014 na favela da Maré, pelo Exército.

Outra ação, chamada de PSEI (Projeto de Segurança Eletrônica das Instalações), emprega 2.000 câmeras de alta resolução que cobrem diuturnamente a Vila Olímpica e os locais em que ocorrerão eventos esportivos.

Um terceiro sistema de coleta de imagens é formado por oito helicópteros da PF, da Polícia Civil e da Polícia Militar do Rio. Quando houver um evento com grande afluxo de pessoas, como uma partida de futebol, um dos aparelhos ficará o tempo todo sobrevoando o local.

Outros dois projetos também envolvem o trabalho de centenas de peritos e outros policiais federais. O "Background Check" coleta, armazena e compara milhares de nomes, passaportes, fotografias e imagens das pessoas credenciadas para trabalhar em qualquer área da organização dos Jogos e também dos passageiros que vêm do exterior em voos comerciais.

CÃO FAREJADOR

Nesse campo, outra medida entrou em vigor para a Olimpíada. Toda vez que um avião comercial doméstico decolar com atletas automaticamente os outros passageiros do voo serão revistados, senão um a um, ao menos com ajuda de cão farejador.

Um programa de reconhecimento facial também é usado pelos peritos da PF para identificação de suspeitos.

Os dados pessoais são comparados com diversas bases de informação produzidas ao longo do tempo no Brasil e do exterior, incluindo uma formada por 3.000 nomes de pessoas suspeitas de alguma ligação com o terrorismo, segundo informou à Folha o chefe da Interpol no Brasil, delegado da PF Valdecy Urquiza Júnior.

Nessa lista também há nomes de brasileiros, em número não revelado pela PF.

Na semana passada, um cidadão do Qatar proveniente de Londres foi deportado pelo Brasil depois que a PF localizou acusações de estelionato contra o passageiro.

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