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Índices técnicos apontam duplas do Brasil no vôlei com grandes chances de medalha

Esporte reinventado após febre brasileira, o vôlei de praia pode dar ao país duas medalhas de ouro, com as duplas nacionais apontadas como fortes candidatas ao título tanto na categoria masculina, quanto na feminina.

Projeções a partir dos resultados e índices técnicos mais recentes apontam Alisson/Bruno e Larissa/Talita, como duplas favoritas ao pódio principal.

As outras duas duplas brasileiras, Pedro/Evandro e Ághata/Bárbara, também figuram como candidatas potenciais a medalhas.

Divulgação/CBBVP
Alisson e Bruno Schmidt comemoram ponto em etapa do Circuito Banco do Brasil de Volei de Praia
Alisson e Bruno Schmidt comemoram ponto em etapa do Circuito Banco do Brasil de Volei de Praia

Na história, o Brasil tem uma medalha de ouro no feminino, conquistada por Jacqueline/Sandra, em Atlanta-96; e uma no masculino, com Emanoel/Ricardo em Atenas-04. O esporte acumula seis medalhas de prata e três de bronze.

Em 1980, as areias do Rio registraram o primeiro campeonato do país de vôlei de praia em dupla, iniciando a remodelação do esporte que chegaria à Olimpíada de 92 como demonstração e à de 1996 como competição.

O primeiro Campeonato Mundial, aprovado e promovido pela Federação Internacional de Voleibol ocorreu em 1987, em Ipanema.

A dupla norte-americana Sinjin Smith/Randy Stoklos conquistou o título. Dois astros da chamada geração de prata do vôlei de quadra brasileiro, Renan e Montanaro foram os brasileiros mais bem colocados, terminando em terceiro lugar. Smith e Stoklos dominaram a modalidade por anos, chegando a serem conhecidos como os "reis da praia". Só foram batidos por uma dupla brasileira, Anjinho e Loyola, em 1993.

Até os anos 1980 o mais comum era que as partidas de praia fossem jogadas com quatro jogadores de cada lado. Com apoio de empresas de marketing e alavancado pelas transmissões esportivas da televisão, os jogos em dupla na areia acumularam adeptos e torcedores, com as praias do Rio redefinindo e abrasileirando o vôlei de praia, nascido em areias norte-americanas.

A origem do esporte praiano, está no vôlei de quadra, inventado em 1895, por um dos líderes da Associação Cristã de Moços como o esporte ideal para os jovens por não ter contato de corpo entre os participantes. O registro mais antigo da prática do vôlei de praia remonta a 1915 no Havaí.

O conceito do jogo de vôlei de praia em dupla é creditado a Paul "Pablo" Johnson, um jogador do Santa Monica Athletic Club. No verão de 1930, na Califórnia, os parceiros do vôlei não chegaram. Johnson e três amigos decidiram dividir-se em dois times. Essa prática em dupla eventual só ganharia campeonato frequentes décadas depois.

Existem imagens de partidas de vôlei em Copacabana já em 1927. A primeira competição oficial brasileira ocorreu em 1947. Desde os anos 1950, redes foram espalhadas na orla do Rio e se tornaram points famosos.

A mais famosa precursora do vôlei de praia foi Leah Mendes de Moraes (1919-2012). Tia Leah, como era conhecida, criou e manteve a rede de vôlei de praia mais famosa da cidade, no posto 6, em frente à rua Souza Lima, em Copacabana.

Ex-jogadora amadora de vôlei de quadra, tia Leah montou sua rede na praia quando mudou para o bairro em 1938. Os jogadores mais antigos das praias do Rio dizem que ela foi a primeira mulher a praticar o esporte nas areias da cidade e relembram uma de suas frases prediletas: "Aqui, na minha rede, é uma democracia absoluta: só eu mando".

Por exemplo, ela não admitia que os jogadores falassem palavrões. Sem filhos, Tia Leah acumulava sobrinhos na areia da praia, entre eles jogadores profissionais de vôlei como Bebeto de Freitas, Bernardinho e Jacqueline Silva.

Adauto dos Santos, 76, filho de pescador e atleta do posto 6 em Copacabana, lembra-se da tia Leah. "Ela odiava bagunça. Mesmo quando sentada em sua cadeira de praia, interferia nas partidas caso algum jogador quebrasse alguma regra. Tinha uns cabelos muito brancos, mas sempre muito arrumados. Era alta, elegante, sempre em maiô de corpo inteiro", detalhou.

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Brasileiros na Rio-2016

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