Publicidade
Publicidade

Turistas e cariocas aproveitam praia e boulevar, mas reclamam de preços

A praia de Copacabana teve um sábado (6) atípico para um dia de calor e dada a quantidade de turistas no Rio, por conta da Olimpíada.

Apesar do sol e da máxima chegando a 30ºC, em pleno inverno, poucos turistas eram vistos na areia durante a manhã e início da tarde.

Os estrangeiros preferiram a orla. Ainda impressionados com cerimônia de abertura, elogiavam a receptividade dos cariocas e se disseram surpresos com a segurança.

As queixas ficaram por conta das dificuldades nos acessos às instalações dos Jogos.

Luisa Bustamante/Folhapress
as turcas Merve Zaman, Sergül Aklar e Gülcin Adiguzel (da esquerda para direita) se abrigam do calor sob a sombra de uma árvore em copacabana
As turcas Merve Zaman, Sergül Aklar e Gülcin Adiguzel em Copacabana

O estudante americano Jack Woodward, 20, disse que se sentiu contagiado pela animação do público no espetáculo do Maracanã.

"Foi surpreendente. As pessoas estavam comemorando e cantando junto. Foi emocionante compartilhar esse sentimento", afirmou.

Sua mãe, Kim Norton, 56, também elogiou a festa, mas reclamou da espera.

"Levamos muito tempo para entrar, foi muito ruim. Mas a saída me surpreendeu. Achei que fôssemos levar horas para chegar ao metrô, mas foi rápido", disse.

O inglês Ray Bieber, 45, e seu amigo alemão Herbert Ruegamer, 58, criticaram a fila na entrada da arena de vôlei de praia, onde o Brasil venceu o Canadá por dois sets a zero.

Durante a manhã, a fila chegou a dois quilômetros de extensão. "Estivemos em Londres em 2012 e não tinham essas filas enormes", disse Bieber.

Apesar disso, os dois bebiam cerveja no calçadão e estavam animados com a cidade. "A comida é ótima, o serviço está perfeito, faz calor e a cerveja está gelada. Não podia ser melhor", disse Ruegamer.

Na praia, barraqueiros pareciam decepcionados com o pouco movimento de turistas.

Luciano Bruno, responsável pela barraca Cabana Palace 73, que fica na altura do Copacabana Palace, disse que o movimento é atípico para um sábado de sol.

"Acho que as competições e a maior oferta de lazer, como o Boulevard Olímpico, distribuem o público. Hoje parece um dia como outro qualquer, não parece que o Rio está cheio de gente", disse.

Bruno também disse que os turistas não estão gastando muito e reclamam dos preços. "Nós não mudamos os preços, mas as pessoas reclamam que está caro. Durante a semana as pessoas sentam na canga e não consomem nada."

Luisa Bustamante/Folhapress
o inglês Ray Bieber e o alemão Herbert Ruegamer (esq. para dir.) bebem cerveja em clima de festa no calçadão
O inglês Ray Bieber e o alemão Herbert Ruegamer bebem cerveja no calçadão

O aluguel de barracas em Copacabana obedece a um padrão na cidade e custa R$ 10. A cadeira, R$ 5.

As turcas Merve Zaman, Sergül Aklar e Gülcin Adiguzel disseram-se surpresas com a segurança na cidade.

"Estamos impressionadas com a quantidade de policiais nas ruas. Isso nos dá uma sensação de segurança e conforto para aproveitar. Mas ainda estamos sendo cautelosas", disse Merve, que segurava a mochila perto de si.

PIRA VIRA POINT

No Boulevard Olímpico, na zona portuária da cidade, os estrangeiros não apareceram durante o dia.

Os visitantes eram, em sua maioria, moradores da cidade que optaram pelo programa motivados pela cerimônia de abertura.

"Foi tudo tão lindo que ficamos curiosos e viemos para ver a pira do povo", disse Deisi Brás, 49.

Acesa ontem pelo jovem atleta da Mangueira Jorge Gomes, 14, o símbolo foi o ponto mais procurado do local.

Famílias inteiras passaram o dia fazendo piquenique em frente ao palco principal do Boulevard, na praça Mauá. A disputa era pelas poucas sombras na tarde de sol forte.

Rodrigo Rosa, 35, dividia-se entre o show da banda Mombojó e o filho Enzo, 2.

"Confesso que meu interesse é na programação musical. As competições eu vou acompanhar de longe", disse. Com dois shows programados todos os dias, o palco receberia na noite de sábado (6) a cantora Preta Gil.

A secretária Crislaine Silva, 27, também não queria saber de esporte. "Eu quero é festa. Sair de casa pra ver jogo, só na Copa do Mundo", disse.

De fato, para quem queria assistir aos Jogos, o Boulevard não foi uma boa opção. Não havia uma programação definida e só um dos três palcos transmitiram as competições da manhã, mesmo com atletas brasileiros disputando no judô, ginástica e handebol.

Durante a tarde, dois telões ligados no canal Sportv transmitiam a mesma competição de natação, enquanto a seleção feminina de vôlei estreava com vitória em cima de Camarões (3 x 0).

Muitos levaram comida e bebida para fugir dos preços altos. Embora menores do que nas arenas, os valores foram alvo de muita reclamação.

"A esfirra custa R$ 10 e um hambúrguer, R$ 25. Andamos até o Centro e o lanche de todo mundo saiu por esse preço", conta o funcionário público Claudio Pereira, 57, que estava com a mulher e os dois filhos.

Alfredo Mergulhão/Folhapress
Público vibra no boulevard olímpico no momento em que a pira é descoberta
Público vibra no boulevard olímpico no momento em que a pira é descoberta
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade