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Manuzela quer seguir sucesso da vuvuzela e fugir do destino da caxirola

Na Copa de 2010, a vuvuzela, espécie de berrante de plástico que produzia um barulho infernal, incomodou os ouvidos mais sensíveis. Mas fez sucesso na boca das torcidas e virou uma febre e um símbolo do evento da África do Sul.

Na Copa de 2014, ninguém quis importar a ensurdecedora corneta. Surgiu então a caxirola, chocalho tupiniquim criado por Carlinhos Brown que sonhava ser a vuvuzela brasileira. Morreu na praia. Num jogo teste, torcedores zangados com seu time fizeram chover caxirolas em campo. Por questões de segurança, a caxirola, coitada, foi proibida de participar da Copa.

Para a Olimpíada do Rio, um novo instrumento, mais inofensivo e menos ruidoso, espera ganhar as torcidas: a manuzela. Um par de mãozonas infláveis de plástico para vestir nos braços, ela serve tanto para acenar e fazer dancinhas quanto para fazer barulho, batendo uma manuzela na outra.

"A manuzela produz um som grave. Não é irritante como a vuvuzela, mas cria uma atmosfera", diz Roger Yokoyama, o consultor de telecomunicações paulista que inventou o aparato. "Amplifica e dá mais visibilidade ao gesto da torcida e empodera o torcedor."

O plano inicial de Yokoyama era que suas mãos de plástico virassem o símbolo da Copa no Brasil, em 2014. Só esqueceu de se familiarizar antes com a burocracia futebolística. "Quando a caxirola surgiu como instrumento da Copa, me frustrei muito. Fui ingênuo. Não sabia se procurava a Fifa ou o governo. Tinha que ter traçado uma estratégia muitos anos antes."

Conseguiu emplacar o produto em eventos paralelos da Copa e, agora, mais escaldado, licenciou seu invento como produto oficial da Rio-2016. Com 65 cm de comprimento e 23 cm de largura, a manuzela é vendida em lojas dos Jogos, em site próprio e no dos Correios em três versões diferentes, que correspondem às "patas" das mascotes da Olimpíada, Tom, Vinicius e Ginga. Não é pra mão de vaca: sai por cerca de R$ 60.

Até agora, a manuzela olímpica teve aparições modestas, como na mão de alguns atletas na cerimônia de abertura. Mas, antes mesmo de conseguir medir o estrondo da sua criação, Yokoyama já quer expandir os negócios: planeja levar a manuzela para a Rússia em 2018 e para o Japão em 2020. E negocia com times de futebol, como o Corinthians e o São Paulo, a produção de manuzelas customizadas, com direito a uma mãozinha para os patrocinadores, encaixando espacinhos no produto para eles.

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