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análise

Medalhista de ouro, Rafaela Silva sempre teimou em ir contra a corrente

Rafaela Silva, a nova campeã olímpica do esporte nacional, nunca deixa de ser maravilhosamente imprevisível.

Fenômeno da modalidade, campeã mundial júnior em 2008, ela explodiu no Mundial de Roterdã um ano depois.

Enquanto o desempenho brasileiro foi pífio, sem qualquer medalha, a carioca salvou a lavoura com uma quinta posição, com apenas 17 anos.

Técnica, alta para a categoria leve (até 57 kg), ela despontava como um dos expoentes desta fantástica geração feminina que ainda tem Sarah Menezes e Mayra Aguiar, ambas medalhistas olímpicas e em Mundiais.

Mas Rafaela, que saiu da favela para o mundo por meio de quimono e faixa, sempre teimou em ir contra a corrente.

Se em 2011 foi vice-campeã mundial em Paris com um judô exuberante, no ano seguinte deixou os Jogos de Londres eliminada por golpe irregular, bateu boca em redes sociais, foi vítima de injúrias raciais e se perdeu.

Resolveu trocar de categoria e subir para o meio-médio (até 63 kg) e cogitou parar de lutar. Aí que, pouco tempo depois, imprevisivelmente como sempre, se reergueu.

Quando todos já a viam como atleta problema, conquistou a medalha de ouro no Mundial do Rio, de volta ao peso de antes. Chorou copiosamente depois do triunfo, o primeiro de uma mulher do país neste tipo de torneio.

Na sequência do título, ficou praticamente três anos sem grandes resultados. No Pan de Toronto, por exemplo, ficou apenas com o bronze. Enquanto o currículo ficava igual, chamavam a atenção as inúmeras tatuagens que ostentava no braço em um esporte como o judô, regido pela disciplina.

Quis o destino que ela maravilhasse a todos no momento mais importante da história do esporte olímpico nacional, em todos os tempos. Deixou de ser maravilhosamente imprevisível para ser, enfim e apenas, maravilhosa.

Brasileiros classificados para a Olimpíada

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