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Histeria contribui para chuva de recordes na natação nos Jogos do Rio

"É uma Olimpíada. Todos querem nadar o mais rápido que podem, se preparam muito e não querem ter lamentos pelos quatro anos dedicados neste ciclo", afirmou a norte-americana Katie Ledecky.

Foi esta a explicação que ela deu para os seis recordes mundiais quebrados em apenas dois dias de provas de natação nos Jogos Olímpicos do Rio.

Com mais cinco dias de disputa pela frente, a expectativa é a de que os nadadores superem por larga margem os nove recordes de Londres-2012.

Ledecky é uma das "culpadas". Ninguém quer ter lamentação, mas não precisava exagerar. No domingo (7), ela quebrou em dois segundos a marca mundial dos 400 m livre, o que lhe rendeu a medalha de ouro (3min58s37 x 3min56s46).

"Esta marca [de 3min56] foi um objetivo que tracei depois do Mundial de 2013, em Barcelona. Então, batê-la me deixa feliz", disse. "O que sinto é pura felicidade", comentou.

A norte-americana também tem chance de bater outros recordes: nesta terça (9) ela disputa a final dos 200 m livre, e é franca favorita nos 800 m livre e no revezamento 4 x 200 m.

Ela só puxa a fila de uma turma que veio ao Rio ávida por atropelar tempos. O britânico Adam Peaty, por exemplo, quebrou duas vezes o primado dos 100 m peito, nas eliminatórias e na final, quando obteve a medalha dourada.

O recorde mundial de antes dos Jogos, de 57s92, foi reduzido em praticamente um segundo na final, para 57s13.

O segundo colocado tocou na parede mais de um segundo e meio depois dele.

"É surreal. Depois da prova eu precisei bater em alguma coisa para acreditar, e só tinha a água na minha frente", disse.

Peaty também é recordista mundial dos 50 m peito.

A húngara Katinka Hosszu também chocou o público presente ao Estádio Aquático no domingo ao quebrar em dois segundos o recorde mundial dos 400 m medley, que perdurava desde os Jogos londrinos.

"É um loucura pensar que eu nadei dois segundos mais rápido do que qualquer outro ser humano nesta prova. É loucura", repetiu a húngara, que também é recordista mundial dos 200 m medley, prova para a qual é favorita ao ouro.

Outros recordes mundiais foram batidos pela equipe australiana do revezamento 4 x 100 m feminino, em vitória sobre o arquirrival Estados Unidos, e pela sueca Sarah Sjostrom, nos 100 m borboleta.

Segundo nadadores ouvidos pela Folha, o alto volume das arquibancadas ajuda na obtenção dos novos primados.

Maior astro do esporte, Michael Phelps disse que "nunca ouviu nada assim", em referência à participação do público.

Pelo ritmo dos nadadores, é possível que a Rio-2016 supere Atenas (que teve oito recordes), Londres (9) e se aproxime de Sydney (14). Nos Jogos de Pequim, que tiveram o maior número de marcas na natação neste milênio (25), foi permitido o uso de super-maiôs.

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