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Micale defende Neymar de críticas e pede apoio da torcida baiana após vaias

O técnico da seleção brasileira olímpica, Rogério Micale, preferiu defender o atacante Neymar, que evitou a imprensa e deixou o estádio sem dar entrevistas após o empate sem gols contra o Iraque, no último domingo (7).

Na entrevista coletiva desta terça (9), o treinador fez questão de proteger o jogador do Barcelona, pediu aos jornalistas para evitarem buscar "por vilões" e chegou a declarar que o ex-santista poderia abandonar a seleção, caso seja novamente criticado.

"Se não analisarmos friamente, não tivermos uma transição dos craques, não os respeitarmos, logo eles não vão querer estar conosco. O Neymar quis estar na Olimpíada, e volto a dizer: ele assumiu uma situação e é muito cobrado por isso com 24 anos. São fatos para refletir", afirmou Micale.

Um dos mais experientes do grupo, Neymar não esconde o descontentamento com as críticas. No domingo (7), após o tropeço diante dos iraquianos, ele deixou o campo sem dar entrevista. Nesta terça (9), o jogador não participou da entrevista coletiva marcada pelos organizadores do evento.

Até agora, ele só participou de uma coletiva. Foi em Teresópolis, quando o time ainda se preparava para a disputa do torneio. Renato Augusto, que chegou com quase dez dias de atraso, já participou de três coletivas.

Nesta segunda (8), Neymar foi hostilizado por torcedores ao deixar o hotel em Brasília. Já na Fonte Nova, o técnico lamentou as críticas ao jogador do Barcelona, que é o capitão da equipe.

"Para avançar em algo melhor pra nosso futebol, nossa discussão deveria ser mais aprofundada, e não tão superficial em pontos que não agregam nada em situações de jogo", disse o treinador.

"Perdemos muito tempo com isso. Sabemos que não são todos, há perguntas aqui sensacionais, mas há outros comportamentos que são ruins. Respondemos por educação. Temos que parar de achar vilões", acrescentou.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Rogério Micale durante entrevista coletiva na Arena Fonte Nova, em Salvador
Rogério Micale durante entrevista coletiva na Arena Fonte Nova, em Salvador

O treinador disse que a pressão pelo resultado na Olimpíada "cresce numa esfera desproporcional".

"Existe uma expectativa muito grande, o Brasil é pentacampeão mundial, imagino seleções que não ganham nada há 20 anos. Lá tinham que matar todo mundo do ponto de vista dessa pressão que cresce numa esfera desproporcional", afirmou o técnico.

"Existe uma construção de algo para se alcançar em algum momento. Se quando houver um resultado inesperado acharmos que nada presta, nunca iremos avançar", completou.

EM CASA

O treinador também fez um apelo ao torcedor baiano para apoiar o time nesta quarta-feira (11) contra a Dinamarca, na Fonte Nova. O jogo vai decidir a classificação da equipe nacional. A seleção precisa da vitória para passar de fase. A equipe nacional faz uma fraca campanha na Olimpíada, coleciona dois empates e não fez nenhum gol na competição. Um empate pode eliminar o time da competição.

Depois de defender Neymar, o baiano Micale fez questão de pedir o apoio dos torcedores. No domingo, a seleção deixou o campo vaiada e os iraquianos aplaudidos em Brasília.

Os torcedores pediram, em um protesto irônico, a entrada de Marta no time.

"Como farei meu primeiro jogo em Salvador, o mais importante da minha carreira, e como sou baiano de Salvador, gostaria que meu povo abraçasse a seleção, demonstrasse felicidade", disse o treinador.

"Gostaria que nosso povo nos abraçasse e começássemos aqui uma arrancada rumo a um sonho de todo brasileiro. Precisamos muito da ajuda da torcida", acrescentou.

Brasileiros na Rio-2016

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