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Lutou e não baixou a cabeça, diz família de judoca brasileira em 5º lugar

Mariana Silva, 26, sempre que pode fala publicamente que tem o irmão Wagner, oito anos mais velho, como a fonte de inspiração para ter chegado ao judô.

A atleta meio-médio (até 63kg), menos cotada entre os 14 brasileiros que representam o país na modalidade nos Jogos do Rio, entretanto, mal sabe o tamanho da inspiração que a sua quase medalha deixou nesta terça-feira (9) –ela encerrou a competição em 5º lugar.

"A família e todos na cidade estão orgulhosos, sabemos que muitas coisas vão mudar depois disso. Ela lutou por nós, não baixou a cabeça para ninguém", diz Vanderley Ribeiro da Silva Júnior, 19, outro irmão da judoca.

Klaus Richmond/Folhapress
Familiares e amigos assistem em um telão o desempenho da judoca Mariana Silva, na sede da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Peruíbe (SP)
Familiares e amigos assistem em um telão o desempenho da judoca Mariana Silva, na sede da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Peruíbe (SP)

Mariana é natural de Peruíbe, cidade no litoral sul de São Paulo, com cerca de 70 mil habitantes, e vem de família quase que inteiramente ligada ao esporte. Dos outros quatro irmãos por parte de pai, incluindo Wagner e Vanderley, só um não pratica a modalidade. Milena, a mais nova, treina com ela no Minas Tênis Clube.

A judoca, apesar de morar em Belo Horizonte e ter família por parte da mãe em São Paulo, não se desliga de suas raízes. Tem como principal sonho fazer um projeto social e, sempre que pode, compartilha novas técnicas com os alunos da Associação Budokan de Peruíbe.

"Ter um projeto social é o sonho dela. Agora, com essa projeção, pode ser algo mais real. Ela se preocupa muito com todos, sempre que vem nos passa o que aprendeu e todas as suas técnicas", conta Vanderley.

CARATÊ, CAPOEIRA E JAPÃO

A surpresa brasileira fez caratê e capoeira ainda durante a infância, mas o judô sempre esteve nas suas veias. Um convite para treinar no Japão quando tinha 15 anos acertou, de vez, o rumo na modalidade.

Ela ficou quase cinco anos no país do esporte antes de voltar, mas teve dificuldades até viver o auge. Fracassou logo na primeira luta em Londres-2012, quando perdeu na estreia para a chinesa Lili Xu.

A judoca virou sensação por estrear com o ippon e derrotar na sequência a alemã Martyna Trajdos, de quem havia perdido todas as sete vezes que enfrentou, e uma das favoritas a medalha, a israelense Yarden Gerbi, campeã mundial de 2013.

Diferentemente da outra Silva, Rafaela, que faturou o primeiro ouro para o País, o desfecho foi diferente. As duas derrotas na sequência e o fim da chance de medalhas fecharam a sua participação com um 5º lugar. De acordo com a família, nem isso pode apagar o feito.

"Vimos ela trabalhar muito por tudo isso. Claro que só pensávamos no mesmo feito da Rafaela, mas só de ter chegado da forma como foi, incomodando todas as adversárias, precisa ganhar respeito", diz o irmão.

No fim, enquanto chorava na saída, ela era aplaudida de pé pelos amigos e familiares presentes a uma associação em Peruíbe que assistiram juntos todas as lutas em um telão. O feito de Mariana, para eles, valeu ouro para a cidade.

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