Quem assistiu nesta terça-feira (9) às provas de saltos ornamentais e aos jogos de hóquei sobre a grama da Rio-2016 pode ter ficado confuso.

Enquanto a água de uma das piscinas do Centro Aquático Maria Lenk estava verde, o campo em que as seleções de hóquei se enfrentavam em Deodoro pouco se parecia com o gramado presente nos estádios brasileiros de futebol.

Este último, no entanto, não apresentava nenhum defeito. Já a piscina de coloração estranha foi um dos assuntos mais comentados desta terça.

O Comitê Organizador Rio-2016 afirmou que a razão para a alteração foi uma proliferação de algas causada pelo calor e pela falta de vento e disse que a piscina voltaria às condições normais nesta quarta (10).

Não só isso não aconteceu, como a piscina ao lado, onde acontecem os jogos de polo aquático, também amanheceu esverdeada.

Segundo o comitê, testes mostram que a qualidade da água não está comprometida.

Em nota, a Fina (federação internacional de natação) afirmou que produtos químicos vazaram dos tanques de água, alterando o PH e a cor da água.

"A Fina pode confirmar que a cor incomum da água observado durante as competições de saltos ornamentais na Rio-2016 se deu porque alguns produtos químicos dos reservatórios de água utilizados no processo de tratamento de água vazaram para a piscina. Como resultado, o PH da água estava fora do valor habitual, fazendo com que houvesse a descoloração".

A entidade disse ainda que não há risco para a saúde dos atletas.

"A Fina conduziu testes na qualidade da água e concluiu que não há risco para a saúde ou segurança dos atletas, e não há razão para a competição ser afetada", afirmou.

GRAMA AZUL

Originalmente jogado em grama natural, os campos do hóquei sobre grama começaram a usar grama sintética na década de 70.

A cor azul não é obrigatória no esporte. Cabe aos organizadores do evento escolher. A primeira vez que apareceu em uma Olimpíada foi em Londres-2012.

À época, a inovação foi criticada por algumas federações, como a indiana e a paquistanesa, mas foi bem aceita pela FIH (Federação Internacional de Hóquei) e mantida para a Rio-2016.

Um dos fatores que motivou a mudança foi a maior visibilidade para jogadores, torcedores e, principalmente, equipes de TV que transmitem o jogo. Como a bola é amarela e as linhas são brancas, o contraste aumenta.

Diferentemente da piscina no Maria Lenk, a tendência é que o campo continue dessa cor até o fim da Olimpíada.

	Editoria de Arte/Folhapress
	Grama azul - hóquei sobre grama