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Com três ouros, húngara da natação diz que rivais 'têm de sangrar' para vencê-la

A mulher cujo apelido é dama de ferro se retorceu por completo em agosto de 2012.

Deixava os Jogos Olímpicos de Londres de mão e peito vazios, mais uma vez. Era a mesma sensação que havia tido em Atenas e em Pequim.

Famosa por encarar inúmeras provas em um mesmo evento, e ser frequentemente bem sucedida -já havia sido campeã mundial-, ela não conseguia lidar com a frustração de falhar sempre em Olimpíadas.

"Depois de Londres, eu realmente pensei em parar. Eu achei que havia sido um enorme fracasso", comentou.

Katinka foi demovida pelo então namorado, o norte-americano Shane Tusup, que se tornaria seu marido e técnico. Ele explicou à húngara que ficar entre as quatro melhores do mundo -havia perdido o pódio dos 400 m medley- era o indicativo de bom trabalho pela frente, não o contrário.

Para apagar qualquer traço do fracasso, Tusup sugeriu à nadadora que se entregasse de cabeça à missão de ser uma expoente da natação mundial.

E que se blindasse. Katinka foi muito criticada em seu país pela atuação em Londres.

Ela passou a treinar entre nove e dez horas por dia, com base nos Estados Unidos, a adotar a musculação como atividade obrigatória e a competir alucinadamente -chegou até a nadar torneios no Brasil contratada por um clube.

"Shane me perguntou: 'você vai jogar fora todos esses anos de trabalho duro só porque uma prova não saiu do jeito que você queria?'", contou.

Ela decidiu que não valia a pena. A nova fase fez brotar uma Katinka mais forte, quase masculinizada, porém letal.

De 2013 em diante, ela foi bicampeã mundial dos 200 m medley e 400 m medley, ganhou a Copa do Mundo de natação e ostentou títulos e predicados com os quais jamais sonhou. Além disso, enfileirou inúmeros recordes mundiais.

Nos Jogos Olímpicos do Rio, resolveu completar a galeria.

Ao lado da norte-americana Katie Ledecky, ela se converteu no principal nome da natação feminina. Faturou ouros nos 200 m medley, nos 100 m costas e nos 400 m medley -prova na qual bateu o recorde mundial por dois segundos.

"É fantástico. Eu realmente não acredito que tenho três medalhas de ouro, disse.

Nesta quinta-feira (11), inicia a disputa dos 200 m costas, que podem lhe render mais um pódio. Se avançar, disputa a final na sexta-feira (12).

"Vindo para o Rio, eu não tinha qualquer medalha olímpica, e agora tenho três. Qualquer uma, de qualquer cor, seria fantástica", emendou a húngara, de 1,72 m e 68 kg.

O conto de fada, porém, tem seu lado sombrio. Katinka e Tusup têm um relacionamento atleta-técnico explosivo, sobretudo pelo temperamento do norte-americano. Não raro é possível vê-lo passando descomposturas públicas nela, devido a más performances.

Ele tem dado amostras disso no Rio, com reações intensas a cada queda de sua mulher na água. Ela não reclama. Até porque, por enquanto, tudo tem dado certo.

"Eu sei que todas as outras terão de sangrar para me vencer", disse a nadadora, um pouco antes desta Olimpíada.

"Tenho feito tudo o que posso para ser a dama de ferro.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

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