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Com 19 anos, americana Katie Ledecky supera feitos de Phelps nesta idade

Os norte-americanos Michael Phelps, 31, e Katie Ledecky, 19, são de outro planeta, mas, no mundo em que habitam, ela parece ser ainda mais espetacular do que o maior nadador de todos os tempos.

Se Phelps, que tinha 25 medalhas olímpicas antes das finais desta quinta-feira (11), é o atleta mais condecorado na história, Katie tem uma trajetória perfeita em construção.

Na comparação entre ambos com a mesma idade, ela leva vantagem. Os dois participaram dos Jogos Olímpicos pela primeira vez com 15 anos.

Phelps foi à Olimpíada de Sydney disputar os 200 m borboleta, onde obteve um resultado expressivo, porém sem pódio. Acabou em quinto.

Em Londres, Katie triunfou categoricamente nos 800 m livre, quatro segundos à frente da espanhola Mireia Belmonte Garcia, segunda colocada.

Desde então, ela nunca mais perdeu uma prova internacional. Um raro revés ocorreu na seletiva americana, em junho, quando ficou em sétimo lugar.

A prova, porém, não é especialidade nem prioridade. O foco são as provas de estilo livre.

Desde 2012, Katie somou 18 medalhas de ouro em eventos de primeiro nível, como Campeonatos Mundiais, Pampacífico e os Jogos Olímpicos.

No Rio, por exemplo, ela aumentou sua coleção: venceu os 200 m, 400 m e o revezamento 4 x 200 m livre e foi prata no revezamento 4 x 100 m, que não depende só de si.

Na noite desta sexta (12), ela disputa a final da prova que é considerada barbada, os 800 m livre, na qual deve bater o recorde mundial. Ela já quebrou 12 primados na carreira.

"Claro que todos querem Ledecky, mas a verdade é que não é possível. Nos 400 m e 800 m, a disputa é por duas medalhas, porque o ouro já é dela", afirmou à Folha a holandesa Sharon van Rouwendaal.

Editoria de Arte/Folhapress
Comparação entre Phelps e Ledecky
Comparação entre Phelps e Ledecky

Ela priorizou seu outro compromisso nos Jogos do Rio, a prova de 10 km da maratona aquática, por saber que competir nos 400 m contra Katie reduzia sua chance de pódio.

"Eu acho que ela é capaz de coisas inacreditáveis, que nunca foram vistas antes", disse Missy Franklin, sua compatriota. "Tem sido uma honra vê-la."

"É realmente marcante que, ainda jovem, ela nunca tenha tido a sensação do que é uma derrota. Não faço ideia de como é sentir isso", completou a jamaicana Alia Atkinson.

Phelps sempre se destacou por sua versatilidade, pela resistência e pela capacidade de suportar inúmeras provas consecutivas em grandes eventos.

Depois de sair sem pódio em Sydney-2000, obteve oito medalhas em Atenas-2004, oito em Pequim-2008 e seis em Londres-2012 -no Rio, já amealhou três, todas de ouro.

Porém, ele foi mais vulnerável. Por exemplo, perdeu os 100 m borboleta no Mundial de Barcelona, em 2003, e, nos Jogos da Grécia, foi apenas bronze nos 200 m livre.

Nesta época, ainda construía sua reputação de principal nome da natação mundial.

Sua aura de imbatível se intensificou nos Jogos de Pequim, ao conquistar oito ouros, recorde de conquistas em uma só edição olímpica.

Nesta sexta, ele tentará conquistar o ouro nos 100 m borboleta no Rio. "Michael impactou não só o esporte, mas todo o movimento olímpico", disse o velocista Nathan Adrian.

Em vez de duelarem por seus feitos, a Olimpíada parece ser uma passagem de bastão de Phelps para Katie.

"A nova geração dos EUA está pronta para substituir a que está se despedindo", afirmou Townley Haas, ouro no revezamento 4 x 200 m livre ao lado de Phelps, em referência a ela.

Martin Bureau/AFP
Kate Ledecky celebra após ter batido o recorde dos 400 m estilo livre na final da Rio-2016
Kate Ledecky celebra após ter batido o recorde dos 400 m estilo livre na final da Rio-2016
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