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Sem perder há 108 lutas, judoca francês quer ser o melhor de todos os tempos

Enquanto os holofotes dos Jogos Olímpicos do Rio miram as proezas de Michael Phelps e Usain Bolt, na água e na pista, ele passa mais despercebidamente.

Não por ser menos espetacular. Até porque, do alto de seus 2,04 m, é difícil não notá-lo. Mas, verdade seja dita, não há no mundo olímpico alguém tão dominante quanto o francês Teddy Riner, 27.

Principal astro do judô na atualidade, Riner se encaminha para adquirir o status de maior de todos os tempos.

Heptacampeão mundial, ele não perde uma luta entre os pesos-pesados (acima de 100 kg) desde 2008, quando caiu nos Jogos de Pequim –terminou com o bronze.

São 108 lutas de invencibilidade na categoria mais nobre do judô, um esporte no qual se manter no topo é tão difícil quanto evitar golpes.

Nestes oito anos, ele amealhou o ouro olímpico em Londres-2012 e só sofreu uma derrota, em 2010, em uma categoria de peso aberto.

Nesta sexta-feira (12), ele tenta manter a escrita entre os pesados nos Jogos Olímpicos do Rio. Riner, cabeça de chave número 1, estreia contra o vencedor da luta entre o mongol Temuulen Battulga e o argelino Mohammed Tayeb.

Miguel Medina - 3.ago.2012/AFP
Teddy Riner comemora ouro em Londres
Teddy Riner comemora ouro em Londres

Um encontro com o brasileiro Rafael Silva, também medalhista em Londres, pode ocorrer nas quartas.

INÍCIO E FIM
O Rio traz boas lembranças para o francês. Foi na cidade em que conquistou seu primeiro título mundial, em 2007, com então 18 anos. Na capital fluminense, também obteve o pentacampeonato mundial, em 2013. E é no Rio que ele quer escrever seu nome como o maior de todos.

"O Rio e 2007 são uma parte muito importante da minha vida. Foi magnífico. no Rio, sinto-me como se estivesse em casa. As pessoas têm uma alegria única, a cidade é uma festa. O Brasil é um país magnífico", afirmou.

Riner já conquistou tudo o que podia na carreira e é o atleta mais dominante do mundo. Nem Phelps nem Bolt enfileiraram tantas conquistas sem sofrer derrotas.

"Não sei se sou o mais dominante do mundo, mas, se as pessoas dizem, é porque tenho feito por merecer."

Indagado sobre o que o torna tão imbatível, o francês descartou motivos técnicos ou físicos. "Minha diferença em relação aos rivais é a vontade de ganhar. Não vejo ninguém que tenha essa ambição. Ganhar, ganhar e ganhar, é só o que penso."

Obviamente, ele tem mais do que apenas ambição. A técnica não é o grande alicerce, mas sim a força física e a explosão. Riner pesa aproximadamente 140 kg, mas tem percentual de gordura muito inferior aos adversários.

"Eu não tenho outro sonho que não seja a medalha de ouro no Rio. Eu trabalhei quatro anos para conseguir levá-la comigo", prosseguiu o judoca, que vive em Paris.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

Riner disse que teve uma preparação "ótima" para o Rio e que "todos os adversários são difíceis", mas há um rival que tem se tornado mais implacável: as lesões. Ele passou por cirurgia no ombro esquerdo em fevereiro, para retirar uma cartilagem que pressionava um tendão.

Até por isso, disputou apenas dois torneios nesta temporada –venceu ambos. O repouso foi para chegar bem aos Jogos Olímpicos. "Minhas lesões já ficaram para trás. Já virei a página sobre isso. Eu espero não voltar a senti-las e que tudo ocorra bem."

Em Londres-2012, Riner não foi tão espetacular como de costume. Ainda assim, obteve o ouro. Segundo ele, o Rio vai vê-lo ainda melhor.

"São duas Olimpíadas diferentes. Sou um judoca mais maduro e capaz de ser ainda mais forte", concluiu.

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