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Morre agente de segurança da Olimpíada baleado após entrar em favela por engano

O soldado Hélio Vieira, 35, agente da Força Nacional baleado na cabeça quarta-feira (10), após entrar por engano na comunidade Vila do João, no complexo da Maré, morreu nesta quinta (11). O anúncio foi feito no fim da noite pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, em sua conta em rede social.

Na manhã desta sexta, o governo federal declarou luto oficial pela morte do soldado.

"É declarado luto oficial em todo País, pelo período de um dia, contado a partir da data de edição deste Decreto, em sinal de pesar pelo falecimento do Soldado Hélio Vieira Andrade, da Polícia Militar do Estado de Roraima, que, não hesitando em cumprir o seu dever, foi vitimado em atuação efetiva durante operação da Força Nacional de Segurança Pública nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016", diz o decreto no Diário Oficial da União.

A morte de Vieira, que havia sido cedido pela Polícia Militar de Roraima, foi a primeira de um agente de segurança dos Jogos. No mesmo ataque, outro agente foi baleado.

Em entrevista à Folha no mês passado, Moraes afirmou que a criminalidade causava mais preocupação do que o terrorismo na Olimpíada.

O episódio do ataque aos agentes foi citado pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, no anúncio da modificação do planejamento de segurança para a área do Complexo Esportivo de Deodoro, na zona oeste do Rio.

A decisão veio após dois projéteis de fuzis serem encontrados no Centro Olímpico de Hipismo, no sábado (6) e na quarta (10), e um ônibus de jornalistas ser atacado quando trafegava pela Transolímpica, que liga Deodoro ao parque da Barra da Tijuca.

Uma das novidades é que os veículos oficiais da Rio-2016 passarão a ter escolta da Força Nacional. O Exército também mudou a escala dos militares, reduzindo folgas.

Marcos Martins/Folhapress
Policiais foram baleados ao entrar por engano em favela
Policiais foram baleados ao entrar por engano em favela

Dos 5.500 homens destacados para a área de Deodoro, 1.833 estavam nas ruas diariamente. Com a mudança na escala, haverá 2.750. Assim, a Força espera reduzir a resistência de traficantes.

Desde a construção da Transolímpica, o Exército encontra resistência nas comunidades de Magalhães Bastos, localizadas junto à via e a pouco mais de um quilômetro do Complexo de Deodoro -que fica em área militar.

CERCO

Jungmann classificou de grave o ataque aos agentes da Força Nacional, mas disse que não havia "a menor sombra de dúvida de que o Rio é uma cidade segura".

Em reação, o Exército cercou os acessos à comunidade às 2h da madrugada desta quinta, para impedir que bandidos deixassem a favela.

Pela manhã, policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e da PF iniciaram a operação pela comunidade. Quatro homens entre 18 e 32 anos foram baleados. Igor Barbosa Gregório, 23, morreu com um tiro na cabeça.

"Foi uma operação para mostrar que não vamos admitir criminalidade", disse Moraes, ministro da Justiça.

Diferentemente do que se viu em outros grandes eventos que o Rio sediou, como o Pan-07, a Rio+20 (2002) e a Copa-2014, o aumento do efetivo de segurança não vem se mostrando suficiente para evitar problemas.

Há um total de 51 mil agentes destacados para a segurança da Olimpíada, dos quais 22 mil das Forças Armadas.

"A diferença agora é que os militares, protagonistas dessa ação, mantiveram a velha ideia de que com o efetivo se assume o controle da cidade", afirma Newton Oliveira, professor de direito da Mackenzie e integrante da equipe que planejou a segurança do Pan-07.

Editoria de Arte/Folhapress
Mapa Vila do João
Mapa Vila do João
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