"É matar ou morrer". Foi assim que o ala Alex, 36, da seleção brasileira, definiu o confronto deste sábado (13) contra a Argentina, às 14h15 (de Brasília), na Arena Carioca 1, na Barra, pela penúltima rodada do grupo B do torneio masculino de basquete da Rio-2016.
Em uma chave muito equilibrada, o jogo tem mesmo uma cara de vida ou morte para o Brasil. Se perder neste sábado, o time treinado pelo técnico argentino Rubén Magnano ficará muito próximo da eliminação. Vai precisar derrotar a Nigéria na última rodada, na segunda-feira (15), e torcer por uma combinação de resultados para passar de fase.
E mesmo se conseguir a classificação, é bem provável que a equipe fique na quarta posição, o que a colocaria na rota dos grandes favoritos pela medalha de ouro na Olimpíada, os Estados Unidos.
"É como uma final. É decisão. Não tem que ficar chorando pelas derrotas anteriores. Agora é vencer ou vencer", disse Alex.
A Argentina tem dois triunfos e uma derrota e também precisam do resultado positivo para não se complicar.
A Arena Carioca 1, que sedia os jogos de basquete da Rio-2016, deve receber lotação máxima (16 mil pessoas) nesta partida.
Os torcedores argentinos têm comparecido em excelente número ao ginásio para acompanhar a seleção do seu país. Foi assim nos três primeiros jogos do time (vitórias contra Nigéria e Croácia e derrota para a Lituânia).
A rivalidade entre os dois países preocupa a organização dos Jogos, que propôs que as duas seleções troquem bandeiras antes do início da partida para simbolizar a paz e aplacar o clima hostil que se desenha.
Argentinos e brasileiros têm trocado muitas provocações nesta Olimpíada, tanto ao redor das arenas como nas próprias arquibancadas. Houve até briga em um jogo de tênis.
Jogadores e comissões técnicas das duas seleções pediram que os torcedores se respeitem e parem com as provocações.
"Eles [torcedores] têm que entender que é apenas um jogo de basquete e vão desfrutar de um jogo olímpico. Não entendo toda essa provocação. Que vibrem e que apoiem a sua equipe, mas parem com essa besteira de violência", disse o técnico da seleção brasileira, o argentino Rubén Magnano.
Do outro lado, o técnico da Argentina, Sergio Hernández, que já treinou o Brasília, afirmou não estar preocupado com os torcedores.
"Conheço o povo brasileiro. Gritam muito, mas se comportam bem. Assim como conheço os argentinos que estão aqui. Não vai acontecer absolutamente nada", disse.
De acordo com o comitê da Rio-2016, não haverá nenhum reforço na segurança da partida.
ALGOZ DE 2012
O Brasil nunca venceu a Argentina em uma Olimpíada. Em Helsinque-1952, na Finlândia, pela primeira fase do torneio, perdeu por 72 a 56. Em Londres-2012, na Inglaterra, a derrota foi mais dolorida.
Depois de ganhar quatro das cinco partidas em seu grupo, o time que já era comandado por Magnano caiu ante os rivais por 82 a 77, nas quartas de final, e acabou eliminado da competição.
"Eles conhecem os nossos pontos fracos e fortes, assim como nós conhecemos os deles. O que vai decidir é a inteligência", disse o pivô Nenê, que estava no duelo de 2012.
Muitos outros jogadores que atuaram naquela partida estão na Rio-2016, como Alex, Leandrinho e Marcelinho Huertas, pelo Brasil, e Delfino, Scola, Nocioni e Ginóbili pela Argentina.
Este último, aliás, mesmo com os seus 39 anos, é um dos jogadores que mais preocupam a equipe da casa.
"No jogo contra a Croácia ficou muito claro [do que ele é capaz]. Numa situação limite, quando os croatas encostavam [no placar], ele entrou, fez cinco pontos seguidos e deu assistências. É de uma qualidade tática que aumenta o potencial dos outros jogadores", disse Magnano.
E apesar de ter treinado a seleção argentina que foi campeã da Olimpíada de 2004, em Atenas, na Grécia, e que contava com essa geração de jogadores que estão no Rio, o treinador disse que não pode tirar muita coisa disso.
"São atletas que evoluem muito e são imprevisíveis. O que temos desse passado são só histórias e estatísticas", afirmou.
Mais um capítulo dessa história será escrito neste sábado. Se for positivo para um argentino (Magnano), será bom para o Brasil.