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Sem o melhor tempo dos 100 m, Bolt inicia confiante busca por mais 3 ouros

Se tem alguém que conhece Usain Bolt, 29, é Nugent Walker Jr.

Amigos desde a escola primária em Kingston, capital da Jamaica, NJ, como é conhecido, é o secretário pessoal de Bolt —dirige o carro, carrega a mala e convive 24 horas com o bicampeão olímpico e recordista mundial dos 100 m e 200 m no atletismo, que na Rio-2016 entra na pista pela primeira vez neste sábado (13), nas eliminatórias dos 100 m.

É de NJ a frase que explica um pouco o espírito de Bolt em sua quarta participação olímpica. "Se ele soubesse que não poderia ganhar, não iria ao Rio", disse a jornalistas brasileiros que estiveram na Jamaica, em abril, para uma entrevista com o homem mais rápido do mundo.

Bolt sabe que pode ganhar e se tornar o primeiro homem tricampeão olímpico nos 100 m e 200 m. Mas desde que espantou o mundo com a facilidade que venceu suas provas em Pequim-2008, e depois estraçalhou os recordes mundiais com 9s58 e 19s19, em 2009, ele nunca ele esteve tão perto de... perder.

"Admito que foi uma temporada complicada, com lesões. Mas me sinto bem, meu corpo está bem, treino bem. Estou preparado", disse ele, já no Rio.

Matthew Childs/Reuters
O jamaicano Usain Bolt (c) vence prova da Liga Diamante, na Inglaterra
O jamaicano Usain Bolt (c) vence prova da Liga Diamante, na Inglaterra

Pela primeira vez desde que passou a ser o "rei" da velocidade no atletismo, Bolt não chega uma uma Olimpíada com a melhor marca do ano nos 100 m.

Ele pretendia "voar" para alcançar os rivais na seletiva jamaicana para a Rio-2016, no início de julho, mas uma contusão muscular o tirou da competição, e a vaga olímpica só foi assegurada depois de uma liberação médica ao participar da Liga Diamante, em Londres, no fim de julho.

Em 2008, ele tinha as duas melhores marcas pré-Pequim, 9s72 e 9s76. E venceria a prova com 9s69, novo recorde mundial na ocasião e incríveis 20 centésimos mais rápido do que o medalhista de prata, Richard Thompson, de Trinidad e Tobago.

Vinte centésimos nos 100 m é uma eternidade –como comparativo, oito anos antes, em Sydney (Austrália), o americano Maurice Greene havia assombrado o mundo com uma vantagem de 13 centésimos em relação ao segundo colocado.

Em 2012, a vantagem de Bolt era mais apertada. Ele chegou a Londres com o melhor tempo do ano, 9s76, mas empatado com o compatriota Yohan Blake. Pouco mais de três anos mais jovem do que Bolt, Blake era a revelação da temporada, mas na final sucumbiu e ficou 12 centésimos atrás do medalhista de ouro (9s63 contra 9s75). Bolt novamente reinava, como esperado.

Blake continua como rival agora em 2016, mas o astro tem outros três adversários que correram mais rápido do que ele em 2016: o veterano americano Justin Gatlin, 34, para muitos o grande rival de Bolt; outro americano, de apenas 21 anos e grande promessa, Trayvon Bromell; e o francês Jimmy Vicaut, 24.

Bolt só tem o quinto tempo de 2016, com 9s88, e viu Gatlin correr 9s80 e 9s83 neste ano. Desde 2013 que o jamaicano não termina a temporada com o melhor tempo –em 2015 e em 2014 ele pertenceu a Gatlin, com 9s74 e 9s77, respectivamente.

"Quem será o meu principal rival? Só na pista saberemos", desconversou Bolt.

Nos 200 m, prova que o estafe de Bolt avalia que ele tem até menos chance de perder do que na dos 100 m, Bolt tem apenas a sétima marca do ano.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

O jamaicano tentará também o tricampeonato olímpico no revezamento 4 x 100 m. A equipe jamaicana tem ele, Blake e o ex-recordista mundial Asafa Powell, e ligeiro favoritismo sobre os EUA.

Bolt já admitiu que esta será sua última Olimpíada. Por causa de contratos com patrocinadores, terá de continuar correndo ao menos até o Mundial de 2017, que será em Londres, em agosto.

Resta saber: a última Olimpíada será dourada?

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