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Mais um atleta israelense foi hostilizado na Olimpíada do Rio

O judoca egípcio Islam El Shehaby se recusou a apertar a mão do israelense Or Sasson após ser derrotado nesta sexta-feira (12). Logo depois do fim da luta, Sasson estendeu a mão para El Shehaby, que simplesmente foi embora, balançando a cabeça.

Além de se negar a cumprimentar o oponente, o egípcio deixou o tatame sem fazer a reverência tradicional no judô. O juiz obrigou El Shehaby a retornar e se curvar diante do oponente, gesto que indica respeito. O egípcio, que é muçulmano salafista (segue interpretação fundamentalista do Islã) foi vaiado sonoramente pelo público presente na Arena Carioca 2.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) lamentou o ocorrido. "A Conib lamenta a atitude do atleta egípcio. Ela contraria o espírito olímpico e não reflete as boas relações entre os dois países e os dois povos."

O Comitê Olímpico Internacional (COI) institui uma comissão disciplinar para investigar o incidente. "Acreditamos que o movimento olímpico deva construir pontes, e não erguer muros. Não há nenhuma desculpa para isso (que o egípico fez)", disse o porta-voz do COI, Mark Adams.

Já a Federação Internacional de Judô afirmou que o fato de a luta ter acontecido já é, por si só, um progresso. "É um enorme avanço, uma nação árabe aceitar competir contra israel."

Em muitos países árabes há grande rejeição a Israel, que é visto como inimigo por seus conflitos com a população palestina. Egito e Israel já estiveram em guerra.

Antes do início dos jogos, o egípcio havia sofrido pressões para desistir do embate contra o israelense. "Você vai desonrar o Islã se perder para Israel", diziam mensagens nas redes sociais. "Como você pode cooperar com um assassino?"

Esse não foi o primeiro problema diplomático dos jogos do Rio.

A delegação libanesa se recusou a dividir um ônibus com os israelenses para chegar à cerimônia de abertura do jogos, no dia 5 de agosto, no Maracanã. Os libaneses admitiram ter impedido os israelenses de subir no ônibus, mas disseram que só fizeram isso por se tratar de um veículo reservado para a delegação do Líbano.

Na terça-feira (9), uma judoca saudita desistiu de lutar contra uma oponente romena. A justificativa oficial foi de que ela estava machucada. Mas a imprensa israelense afirmou que ela se retirou para não ter de enfrentar uma israelense na rodada seguinte.

Incidentes semelhantes já haviam ocorrido em Olimpíadas anteriores.

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