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Bolas de três pontos viram o pesadelo do Brasil na Olimpíada

"Deixei tudo o que eu tinha na quadra. Foi incrível. Pensávamos que íamos perder". Por essas palavras, o ala Andrés Nocioni, 36, parecia ainda não acreditar no que acabara de acontecer na Arena Carioca 1.

Com uma atuação quase que impecável e a mão calibrada na linha dos três pontos, o jogador do Real Madridliderou a seleção argentina a uma vitória épica sobre o Brasil, por 111 a 107, no sábado (13), após duas prorrogações, pela penúltima rodada do grupo B do torneio masculino da Rio-2016.

Mesmo com um público que empurrou a seleção da casa a todo momento, Nocioni brilhou mais que qualquer outro jogador em quadra e foi o responsável por impedir a vitória brasileira no tempo normal.

Faltando três segundos para o fim da partida, a equipe do técnico Rubén Magnano tinha três pontos de vantagem no placar, mas pecou ao deixar Nocioni sozinho.

O jogador, com a experiência de quem já atuou na NBA e a frieza de quem já ganhou uma medalha olímpica de ouro (em Atenas-2004, na Grécia), recebeu um passe na zona morta e não perdoou. A bola que saiu da linha de três pontos ainda pegou quatro vezes no aro e uma na tabela antes de cair na cesta.

"Naquele momento, não havia mais tática e técnica. Só atitude, personalidade e tratar de lutar. Estou muito satisfeito pelo o que fiz", disse o jogador.

Nocioni foi o cestinha da partida com 37 pontos. De 12 arremessos da linha dos três pontos, ele acertou oito (67% de aproveitamento). Pegou ainda 11 rebotes.

PESADELO
As bolas de três pontos, como as de Nocioni, viraram um verdadeiro pesadelo para a seleção brasileira. Tanto na defesa como no ataque.

No jogo deste sábado, o time de Magnano levou 17 cestas de três pontos. Somente os Estados Unidos, contra a Austrália, conseguiram tantas cestas de longe em uma partida nesta Olimpíada. Foram exatamente 17.

Contra a Croácia, o Brasil tomou 11 cestas de três pontos. No fim, foi derrotado por 80 a 76.

No ataque, apesar de contar com bons arremessadores, como Leandrinho, Marquinhos e Alex, o time também não se encontra. Tem apenas 30,9% de aproveitamento nas bolas de três pontos. É melhor apenas do que Croácia, Venezuela e China.

Na partida contra a Lituânia, na estreia, por exemplo, acertou apenas duas cestas da linha dos três em 14 arremessos. Contra a Espanha foram quatro de 15.

"Bola de três pontos alivia bastante. Você facilita o seu jogo e dificulta o adversário. O nosso aproveitamento é baixo e aí complica. Quando a bola não cai, o adversário se fecha no garrafão e fica difícil se infiltrar", disse o ala Alex Garcia.

Talvez agora já seja tarde demais para calibrar a mão.

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