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Prata no solo e sinônimo de ginástica no Brasil, Diego Hypolito superou traumas

Por muito tempo, Diego Hypolito, 30, foi sinônimo de ginástica masculina no Brasil.

Praticamente fora da Olimpíada há alguns meses, ele focou no objetivo que era voltar aos Jogos. Com os resultados nos treinos, e a necessidade de a equipe brasileira ter um especialista no solo, acabou conquistando a sonhada vaga.

E, na final por aparelhos, levou a prata.

hypolito e nory

Bicampeão do mundo no seu aparelho preferido, voltou a disputar uma final olímpica depois de oito anos.

Na prova na Arena Olímpica do Rio, Diego mostrou que, enfim, como ele mesmo disse nesta semana, conseguiu superar seus traumas olímpicos.

"Cai de bunda, cai de cara. Mas estou aqui. Há alguns meses nem na Olimpíada estava", afirmou o atleta no Rio, depois de se classificar para as finais.

Em Pequim-2008, após obter a vaga na final em primeiro lugar no solo, o ginasta foi para a sua primeira decisão olímpica favorito a ganhar a primeira medalha da história da ginástica para o Brasil.

Marko Djurica/Reuters
2016 Rio Olympics - Artistic Gymnastics - Final - Men's Floor Final - Rio Olympic Arena - Rio de Janeiro, Brazil - 14/08/2016. Arthur Mariano (BRA) of Brazil and Diego Hypolito (BRA) of Brazil celebrate after taking bronze and silver respectively. REUTERS/Marko Djurica FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. ORG XMIT: OLYTS26
Diego Hypolito (dir.) comemora medalha de prata no solo ao lado de Arthur Nory, que foi bronze

Após uma queda na sua apresentação, conseguiu apenas o sexto lugar na decisão.

Quatro anos depois, em Londres-2012, outra queda, desta vez na fase classificatória. Diego, então, nem conseguiu chegar à final.

"Ralei muito para estar aqui. Fui a três Olimpíadas, não tenho que ter vergonha de nada. Sei que posso realizar", disse o ginasta, que chorou muito logo depois de terminar sua participação no solo na fase classificatória.

Coube a Arthur Zanetti, nas argolas, ser o primeiro medalhista de ouro da ginástica brasileira, com o triunfo dele em Londres-2012. Os dois, inclusive, passaram a dividir o mesmo treinador na fase final de preparação para os Jogos do Rio-2016.

Diego só faz elogios ao colega da seleção. "Ele merece tudo que ele tem", disse.

Mas, o fato de Diego Hypolito ser um dos pioneiros também ficará lembrado na história da ginástica nacional.

Ele, hoje, que nasceu em São Paulo, mas cresceu no Rio, fez sua última apresentação em uma arena olímpica.

Diego e Arthur Nory, que venceu o bronze depois de uma execução segura no solo, também entram para a história da ginástica brasileira.

COMEÇO PRECÁRIO

A ex-presidente da Federação Paulista de Ginástica Clarice Morales lembra de um pequeno Diego dos tempos em que ele treinava no Sesi de Santo André, antes mesmo de se mudar para o Rio. Na época, Clarice treinava uma equipe de São Bernardo e os dois times se encontravam em jogos regionais.

"Tanto em Santo André quanto em São Bernardo, faltava tudo: aparelhos, trampolim, tablado... Mesmo com as dificuldades, ele já mostrava muito domínio e qualidade nos movimentos", diz Clarice.

Naquela época, se dava muito mais atenção à ginástica feminina. "O masculino tinha muito potencial e pouco investimento." O foco mais recente no time masculino, ela diz, se provou certo com as medalhas de domingo.

Colaborou ADRIANA KÜCHLER

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

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