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Ministro nega falhas de segurança e diz que nadador foi assaltado fora dos Jogos

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, deu a entender neste domingo (14) que o nadador americano Ryan Lochte foi vítima de assalto por estar em local e horário não apropriados.

Referindo-se a Lochte, que foi assaltado à mão armada na madrugada deste domingo (14), Picciani afirmou que "as delegações não tiveram problemas [na Olimpíada]".

"Não podemos medir (a eficiência da segurança) por um ou outro fato fora de locais de competições e fora do momento apropriado", declarou o ministro. "Certamente nenhum atleta teve problemas em seu convívio, em seus treinos e na vila dos atletas."

Roberto Castro/ME/Brasil2016
O ministro Leonardo Picciani em cerimônia de hasteamento da bandeira na Vila Olímpica

Dono de 12 medalhas olímpicas, Lochte foi a uma festa no Club France, casa temática sobre a França na região da Lagoa Rodrigo de Freitas, acompanhado de Pereira e da mulher do brasileiro, Gabriela, além de outros nadadores. Eles estavam no local para comemorar o aniversário de um amigo em comum.

Lochte, Pereira e Gabriela deixaram o Club France no meio da madrugada e se separaram. O brasileiro e a mulher tomaram um táxi para um hotel onde ela está hospedada e o medalhista olímpico pegou outro, em direção à Vila Olímpica, localizada na Barra da Tijuca.

No caminho, o táxi de Lochte foi parado e assaltado. O Comitê Olímpico dos EUA afirmou que além de Lochte, outros três nadadores (Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy Feigen) estavam no carro. Eles relataram ter o "táxi parado por indivíduos se passando por policiais armados" quando saíam da casa temática da França na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Segundo Pereira, o norte-americano está bem, já na Vila Olímpica. Ambos conversaram nesta manhã, depois de ligação feita pelo brasileiro.

Ileana Lochte, mãe do nadador, confirmou o incidente ao canal americano Fox Sports e disse que o filho entrou em contato logo após o ocorrido. Segundo o veículo, tanto ela como a namorada do atleta foram encontrá-lo após tomarem conhecimento da situação.

Patrick Sandusky, porta-voz do comitê norte-americano, afirmou que os bandidos "pediram o dinheiro dos atletas e outros bens pessoais", mas que todos os quatro "estão seguros e cooperando com as autoridades".

HOMENAGEM

Picciani falou também sobre a meta do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) de ter o Brasil entre os 10 países com melhor desempenho nos jogos. "Essa é uma meta do COB. Ainda é possível. Mas vamos aguardar. Esporte não é matemática, não tem como ter conta exata", afirmou.

Ele participou ontem de homenagem aos 11 atletas e técnicos israelenses mortos em atentado terrorista na olimpíada de Munique, em 1972. Estavam presentes viúvas dos atletas, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, a a ministra dos Esportes de Israel, Miri Regev.

O governo israelense Ankie e familiares dos atletas assassinados lutam há 44 anos para que o comitê inclua na cerimônia de abertura dos jogos "um minuto de silêncio" em homenagem às vítimas do massacre.

Mas os países árabes sempre ameaçam boicotar os jogos se a homenagem for feita.

Na semana passada, pela primeira vez, os atletas assassinados receberam uma homenagem oficial do COI: foi inaugurado o "local de luto" dentro da Vila Olímpica, evento que irá se repetir em todos os Jogos daqui em diante.

Neste domingo (14), as vítimas foram homenageadas pelo evento no Palácio da Cidade. "É um avanço do COI, que se omitiu de alguma forma desde 1972; é a primeira vez que faz uma homenagem dentro da própria Olimpíada", disse Serra.

"Eles não eram soldados, eram atletas, estavam nos Jogos Olímpicos, que deveriam ser o local mais pacífico e seguro do mundo. Meu pai foi assassinado e ninguém queria falar sobre isso nos Jogos", disse Michal Shorr, filha do técnico de tiro da seleção israelense Kehat Shorr, que foi feito refém pelos terroristas palestinos e assassinado em 1972.

A ministra do Esporte de Israel, Miri Regev, agradeceu as homenagens na vila dos atletas e no Palácio da Cidade. Mas reforçou: "Essas cerimônias não são suficientes. Esse luto não pertence apenas a nós, é uma tragédia para toda a humanidade. Essa homenagem precisa se tornar parte integral da cerimônia de abertura das Olimpíadas já nos próximos Jogos."

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