O calendário dos 200 m rasos, dividido em três dias, deve fazer com que os velocistas que disputam a Rio-2016 consigam tempos melhores do que obtiveram nos 100 m, que teve a final realizada no domingo (14).
As eliminatórias dos 200 m serão nesta terça (16) pela manhã, a partir das 11h50, com a presença dos grandes nomes da velocidade que competiram na distância mais curta.
Estarão no Engenhão o tricampeão olímpico dos 100 m, bicampeão olímpico dos 200 m e recordista mundial Usain Bolt, o americano Justin Gatlin e o canadense André de Grasse, prata e bronze nos 100 m na Rio-2016, respectivamente, o jamaicano Yohan Blake e o americano LaShawn Merrit, especialista dos 400 m, mas que tem o melhor tempo dos 200 m no ano.
Na distância mais curta, semifinal e final ocorreram no mesmo dia, com diferença de uma hora e vinte minutos entre as séries.
Os atletas reclamaram depois da prova e culparam o calendário apertado pelos tempos considerados ruins para uma final olímpica. Bolt, por exemplo, venceu com 9s81, que não o colocaria no pódio quatro anos atrás, em Londres-2012.
Lucy Nicholson/Reuters | ||
Preliminar dos 100 m rasos na Rio-2016 |
"Nunca me senti cansado nos 100 m, e terminei a final cansado. O calendário foi assim, mas não entendi o motivo. Normalmente nos dão duas horas ao menos de descanso", disse Bolt após o ouro dos 100 m.
A organização avaliou que o tempo era adequado para a recuperação dos atletas.
Nos 200 m, porém, a prova ocorre em três dias: terça são as eliminatórias, pela manhã, quarta (17) as semifinais, de noite, e quinta (18) a final, no período noturno também.
O calendário mais folgado pode ajudar Bolt a realizar um desejo em sua última Olimpíada: quebrar novamente um recorde.
O jamaicano avalia que pode conseguir chegar próximo dos 19s. O recorde mundial, dele e conquistado no Mundial de Berlim em 2009, é de 19s19, e o olímpico, mais factível de cair, é de 19s30, de Pequim-2008.
"As contusões atrapalharam um pouco o treinamento no ano, mas quando você entra na pista, tudo pode acontecer", disse Bolt.
Nessa distância, Bolt tem mais tempo de manobra para alcançar a velocidade final, já que normalmente não tem um tempo de reação bom na largada.
Na vitória dos 100 m, no domingo, ele foi o penúltimo da final a começar a correr depois do tiro.
"Descansei no ano também pensando em fazer uma prova consistente nos 200 m", contou o melhor velocista da história.
A melhor marca dos 200 m no ano é de LaShawn Merrit, com 19s74, bem distante do recorde mundial. O americano é especialista nos 400 m, prova que ganhou o ouro em Pequim-2008 e o bronze na Rio-2016, mas tem focado dos 200 m, onde afirmou estar mais bem preparado para competir.