O sonho de conquistar uma medalha olímpica no salto com vara acabou para Fabiana Murer, 35. E de forma muito precoce.
Na manhã desta terça-feira (16), no Engenhão, ela falhou nas três primeiras tentativas de passar dos 4.55 m e foi eliminada ainda na primeira fase da Rio-2016.
"É a minha última Olimpíada. Vou encerrar a minha carreira neste ano. Tentei fazer o meu máximo, mas infelizmente não deu", disse Fabiana após a eliminação.
Apesar dos três erros, ela foi muito aplaudida pelo público presente no Engenhão.
Após a prova, a atleta afirmou que a hérnia de disco cervical, que havia descoberto no começo do mês, atrapalhou o seu desempenho na prova em que era uma das favoritas à conquista de medalha.
"Estou muito chateada. A hérnia tirou a força do meu braço e das minhas costas. Nos saltos, percebi que o meu braço estava falhando e, com isso, não consegui saltar. Mas fiz o máximo que pude. Tenho vários títulos mundiais, mas não consegui uma medalha olímpica", disse Fabiana, em entrevista ao Sportv.
A saltadora acrescentou ainda que se dedicou muito no trabalho de fisioterapia para ter condições de competir na Rio-2016, mas que sabia das suas limitações físicas.
"Por isso tentei uma altura maior logo nos primeiros saltos. A altura mais baixa não me colocaria na final. Então, preferi começar mais alto para fazer menos saltos, já que as minhas costas não iriam aguentar", completou.
RETROSPECTO
Na Rio-2016, Fabiana procurava esquecer as suas duas participações anteriores em Olimpíadas.
Em Pequim-2008, ela foi até a final, mas se deparou com um imprevisto. Uma de suas varas sumiu e a atleta ficou longe do pódio. Já em Londres-2012 ela culpou o vento.
Antes dos Jogos do Rio, ela mostrou que estava totalmente preparada para a competição. Em julho, no Troféu Brasil, ela saltou 4,87 m, segunda melhor marca do ano.
No começo de agosto, porém, ela revelou que descobriu uma hérnia de disco cervical e fez trabalho de fisioterapia duas vezes ao dia para ter condições de competir no Rio.
"A recuperação foi difícil. Ainda sinto dor no braço esquerdo e preciso dele para saltar. Isso foi um problema. Você tem que estar 100% para competir", afirmou a saltadora.
Apesar de confirmar que vai se aposentar no fim do ano, ela disse estar contente com a sua carreira.
"Foi muito boa [minha carreira] e fico feliz. Acho que fiz o salto com vara aparecer no Brasil", afirmou a saltadora, que ganhou ouro no Mundial de 2011, em Daegu, na Coreia do Sul, e no Mundial de pista coberta de 2010, em Doha, no Qatar.