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'Não houve roubo como atletas disseram', afirma chefe de polícia do Rio

O chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Fernando Veloso, disse que o nadador americano Ryan Lochte, 32, e outros três nadadores americanos não foram vítimas de assalto no Rio.

"Eles não foram vítimas de violência física. Nenhuma imagem mostra atos de violência contra os atletas que justifique qualquer problema" disse Veloso.

No domingo (14), o nadador Ryan Lochte afirmou ter sofrido um assalto na zona sul do Rio ao deixar a casa da França, na Lagoa.

Ueslei Marcelino/Reuters
Os nadadores americanos Jack Conger e Gunnar Bentz são levados para a polícia no Rio
Os nadadores americanos Jack Conger e Gunnar Bentz são levados para a polícia no Rio

Lochte estava acompanhado dos nadadores Gunnar Bentz, 20; Jimmy Feigen, 26; e Jack Conger, 21.

Ryan Lochte disse ter uma arma apontada para a cabeça pelos assaltantes e ter US$ 400 roubados. A história foi confirmada pelo nadador na delegacia.

De acordo com as investigações, os americanos depredaram o banheiro de um posto de gasolina na Barra da Tijuca.

Dois nadadores prestam depoimento na tarde desta quinta (18) na delegacia de atendimento ao Turista.

"Nos depoimentos há relatos de que a depredação foi feita pelo Ryan Lochte. Ainda apuramos a veracidade destes depoimentos", declarou o delegado Veloso.

O chefe de Polícia disse que, para mantê-los no posto (os americanos tentaram deixar o local), um segurança apontou a arma para os nadadores.

"Ele teve uma arma apontada por um homem que se identificou como segurança. Inicialmente, não houve qualquer violência ou abuso dessa pessoa no uso dessa arma", afirmou o delegado Veloso.

De acordo com o chefe da Polícia Civil do Rio, Fernando Veloso, o nadador Ryan Lochte pode responder por falsa comunicação de crime e dano ao patrimônio, se for comprovado que ele depredou o sanitário de um posto de gasolina na Barra da Tijuca.

Falsa comunicação de crime implica em detenção de um a seis meses, ou multa.

O QUE JÁ SE SABE, O QUE FALTA ESCLARECER

1 - Quem são os dois homens que detiveram os quatro nadadores no posto de gasolina?
Em depoimento à Polícia Civil do Rio, ambos disseram ser agentes da Secretaria de Administração Penitenciária de Minas Gerais; a polícia afirmou que seriam seguranças do posto, e ao menos um dos funcionários confirmou, declarando que um dos agentes era "vigilante do posto". O dono do estabelecimento, no entanto, negou, dizendo que eram clientes

2 - Eles estavam armados? Tinham autorização para isso? Usaram suas armas?
Sim, e, como agentes penitenciários, têm porte de arma. Eles afirmaram ter sacado suas pistolas calibre 380 quando acharam que seriam atacados por Lochte e Feigen, e ordenaram que os quatro sentassem; o chefe de Polícia Civil disse que "não houve qualquer violência ou abuso no uso da arma". Lochte disse que um dos homens apontou uma arma para sua cabeça, mandando que ele sentasse

3 - O que os nadadores quebraram no posto?
Segundo funcionários do posto, os americanos arrancaram uma placa de publicidade, quebraram a saboneteira e a papeleira do banheiro e urinaram num canteiro

4 - Quanto dinheiro eles deixaram, e em que condições?
Segundo os funcionários do posto e os agentes penitenciários, um dos nadadores, Gunnar Bentz, deu uma nota de US$ 20 e duas de R$ 50 para pagar pelo prejuízo causado, em negociação intermediada por um outro homem, brasileiro, que estava no local e falava inglês; em depoimentos à polícia, Lochte disse que um homem armado lhe pediu todo o dinheiro que tinha (US$ 400) e Feigen disse que perdeu US$ 300

5 - O que Gunnar Bentz e Jack Conger, os dois nadadores que foram tirados do avião na quarta (17), contaram à polícia?
Segundo a polícia, os dois nadadores afirmaram que não houve assalto, mas uma confusão no posto; eles são tratados como testemunhas do caso

6 - Que punições os nadadores podem receber?
Lochte e Feigen podem responder por falsa comunicação de crime, cuja pena é detenção de um a seis meses ou multa. Os quatros podem ser indiciados por dano ao patrimônio, mas, segundo o chefe da Polícia Civil do Rio, "ainda é prematuro atribuir os crimes a eles", pois a investigação não foi concluída.

Em termos esportivos, não há risco de que percam suas medalhas olímpicas; o Comitê Olímpico dos EUA não informou se eles seriam punidos.

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