Publicidade
Publicidade

Bandeira do Brasil na Fortaleza São João indicou o caminho para o ouro na vela

A bandeira do Brasil na Fortaleza São João indicou: o melhor caminho para a medalha de ouro é pela esquerda.

A dupla Martine Grael e Kahena Kunze decidiu fazer um caminho diferente das rivais neozelandesas, que lideravam a última prova da classe 49er FX da vela, após virar a última boia da regata. Confiou nas pequenas dicas que a baía de Guanabara, onde aprenderam a velejar, lhe deu.

"Vi que a bandeirinha estava tremulando lá no forte. Sabia que viria uma rajada", disse Martine, que navega por essas águas desde os cinco.

Elas montaram a quinta e última boia e conseguiram ultrapassar as adversárias. Chegaram dois segundos à frente, obtendo a vitória mais esperada do Brasil na Olimpíada.

"Aqui é o nosso jardim. Falei assim: 'Vamos fazer como se fosse um treino'", disse Kahena, sobre a familiaridade com a baía, cuja topografia torna imprevisíveis os movimentos das correntezas e ventos.

A dupla chegou à final com uma combinação de pressões.

Competia em casa. Disputava uma inusual final na vela em que quatro duplas brigavam em iguais condições pelos três lugares do pódio. Venceu os dois eventos-testes na baía e lidera o ranking da classe 49er FX.

Era também a última chance de o Brasil conquistar medalha na vela na Rio-16, e evitar a pior campanha desde Barcelona-92.

A maior das pressões, contudo, elas enfrentam desde o início do ciclo olímpico. Kahena é filha de Cláudio Kunze, campeão mundial. Martine tem como pai Torben Grael, cinco vezes medalhista olímpico.

"Ela já me superou. Fui ganhar medalha de ouro bem depois do que ela. Ela já tem título de velejadora do ano, ganhou Mundial, tudo antes de mim. Essa comparação só serve de incentivo para ela. Cada um faz a sua história", disse Torben. "É muito mais fácil velejar do que ver de fora. De fora não tem a perspectiva direito. Ver os filhos", afirmou.

Maior medalhista da história do país, ele obteve o primeiro pódio aos 24 e o primeiro ouro aos 36.

Ao fim da regata, parentes e amigos da dupla mergulharam nas águas da praia do Flamengo para abraçar as duas no mar. Criticada pela poluição, a baía de Guanabara virou o local da festa.

A família Grael agora acumula oito medalhas olímpicas em 14 participações nos Jogos. "É mais do que muito país", diz Torben. Supera, por exemplo, Camarões e Costa Rica.

Ele afirmou que o segredo da família é tratar a vela como um prazer, não como um trabalho.

"Fizemos questão que eles curtissem o esporte. O resto é de cada um. Tenho dois irmãos. Um é tão competitivo como eu [Lars Grael]. E outro nem tanto [Axel Grael, vice-prefeito de Niterói]."

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade