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JOGOS NA TV > OPINIÃO

Galvão Bueno no divã da final olímpica do futebol masculino

A final olímpica não tem nada a ver com a goleada sofrida na Copa do Mundo de 2014. Tem, sim. Não tem, não. Tem, sim... O torcedor confundia uma coisa com a outra desde que a decisão do ouro se desenhou, esperando uma vingança dos humilhantes 7 a 1. Galvão Bueno também parecia ter essa dúvida.

Ao mesmo tempo em que queria desvincular uma coisa da outra, lembrava o 7 a 1 a todo momento. "Segura aí, de novo, não", já narrava no começo do jogo. No primeiro tempo, ainda chamou uma estatística que deve ter lhe dado calafrios: "Número de faltas, 7 a 1 para Alemanha". Ficou até aliviado com a oitava falta.

No gol de Neymar, o camisa 10 apontou para o gramado e teria dito "eu estou aqui" pela leitura labial de Galvão (sim, leitura labial é quase sua segunda profissão). E, claro, o narrador que nunca cala tinha uma teoria pronta para o "estoy aqui". "Ele está querendo dizer que no 7 a 1 ele não estava, mas agora ele está", psicanalisou. Casagrande achou diferente. Sabiamente não quis vincular o gesto com o trauma de 2014.

Perto do fim do jogo, exaltou o cântico da torcida: "O campeão voltou" (voltou de onde? Nunca foi campeão olímpico). Na hora do pênalti decisivo, Galvão ficou de bem de Neymar, "deixou" ele fazer o que quisesse. "Bora, Neymar, bora Neymar, beija a bola, ele não tem pressa, vai fazer paradinha. Acabooou [como na Copa]... é ouro, é ouro, é ouro. É ouro", desafinou com vontade, aparentemente curado do trauma.

*

E quase no fim dos Jogos o Brasil finalmente aplaudiu Dilma, e muito. Não, não era a presidente afastada, mas sim dona Dilma, mãe de Isaquias Queiroz, único atleta brasileiro a ganhar três medalhas na mesma Olimpíada. Após a medalha, o narrador da prova no SporTV fez a pergunta da fé. "A senhora repetiu a oração ou fez uma oração diferente?". Parabéns a Isaquias e sua mãe Dilma pela prata —o ouro foi para a Alemanha.

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